22/08/2023
Brasil Política

Mulheres ganham em média 20,5% menos que homens no Brasil

Governo deve apresentar um projeto de lei (PL) para garantir a igualdade de salário entre homens e mulheres no Brasil no dia 8 de março

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O governo federal abre as atividades comemorativas do Dia Internacional da Mulher (Foto: Antônio Cruz/Agencia Brasil)

Os relatórios de instituições brasileiras deixam um problema bem evidente no país na atualidade. Ainda hoje, mulheres recebem menos que homens para exercer a mesma função. Nessa linha, discutir a situação permite com que os dados se tornem de conhecimento da população, para que ações governamentais possam ser tomadas.

Um levantamento da consultoria IDados, encomendada pelo Portal G1 em 2022, mostrou que mulheres ganham em média 20,5% menos que homens no Brasil. Os dados revelam que a diferença salarial entre gêneros permanece em patamar elevado mesmo quando se compara trabalhadores do mesmo perfil de escolaridade e idade, e da mesma categoria de ocupação.

Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE são do 4º trimestre de 2021. Dessa forma, a diferença era maior do que no fim de 2020, quando a diferença ficou em 19,70% a menos. Além disso, dos 12 milhões de brasileiros desempregados, 6,5 milhões são mulheres, segundo última pesquisa do IBGE.

De acordo com Thais Barcellos, autora do levantamento, “como as mulheres ganham 20% menos, daria para trabalhar 20% menos então no ano”, até 18 de outubro. Ou seja, nessa analogia, é como se a cada ano a mulher trabalhasse 74 dias de graça.

Mas o mês da mulher pode contar com avanços na busca por equidade no Brasil. Principalmente no que diz respeito a igualdade salarial entre homens e mulheres. Isso porque o Governo Lula deve apresentar um projeto de lei (PL) para garantir esse direito.

PROJETO DE LEI

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, confirmou nesta quarta (1º) que o governo apresentará um PL para garantir a igualdade de salário entre homens e mulheres. Ontem (28), o presidente Lula adiantou que o anúncio ocorre no dia 8 de março, em celebração ao Dia Internacional da Mulher.

Durante o evento, Tebet afirmou que o projeto encontra-se em construção, mas deve mexer na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, a partir da aprovação, a lei terá efeito imediato. Conforme a ministra, a reforma trabalhista, aprovada em 2018, já inseriu um dispositivo que estabelece multa para empresas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função.

Contudo, a multa é tão pequena que acaba estimulando a desigualdade. Por isso, Tebet afirma que há a necessidade de mudar a lei da reforma trabalhista “para colocar uma multa maior”. Dessa forma, “para não valer a pena tratar de forma desigual homens e mulheres”.

A lei é o primeiro passo, mas nós sabemos que a discriminação ela é cultural, ela é estrutural, e depois, a médio prazo, par e passo com políticas públicas. Com divulgação através da mídia, nós conseguiremos alcançar essa igualdade salarial que é a base para que a mulher tenha igualdade de direitos.

De acordo com a ministra, estudos do Banco Mundial e de organismos internacionais apontam que é possível erradicar a miséria no mundo apenas igualando salário entre homens e mulheres nos mercados de trabalho.

REPRESENTATIVIDADE

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o governo do presidente Lula está fortalecendo a democracia com a ampliação dos espaços de poder para as mulheres. Na composição dos ministérios, o presidente nomeou o recorde de 11 mulheres ministras, além das presidentas da Caixa e do Banco do Brasil.

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Mayara Maier

Jornalista

Jornalista, 24 anos, formada pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) há dois anos. Escreve sobre conteúdos diversos e é responsável pela cobertura de jogos do Clube Atlético Deportivo (CAD), equipe masculina de futsal em Guarapuava.

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