Municípios da fronteira Brasil-Paraguai se unem pela construção do ramal Guarapuava-Porto de Paranaguá

Guarapuava – Os municípios lindeiros ao lago de Itaipu, que se reuniram durante o Encomex Mercosul, divulgaram nesta quinta-feira (17) a ¨Carta do Foro Binacional Brasil/Paraguai¨, na qual definem como uma das prioridades estratégicas para os dois países a construção do ramal da Ferroeste entre Guarapuava e Paranaguá. ¨A ligação da Ferroeste com o porto é condição para a construção dos outros ramais¨, explicou o presidente da empresa, Samuel Gomes, ¨e as lideranças da fronteira esperam por uma definição clara do Governo Federal¨.
O vice-ministro de Comércio do Paraguai, Agustín Perdomo, depois do Foro Bilateral, disse que os setores público e privado paraguaios estão convencidos da ¨importância do projeto da Ferroeste para a redução dos custos das operações comerciais do país Perdomo ressaltou que já se articula uma “engenharia jurídica para constituir uma grande empresa ferroviária continental” a partir do projeto da Ferroeste que terá um ramal unindo Cascavel a Foz do Iguaçu e Paraguai.
“Vamos lutar para que esse projeto não passe de uma idéia, mas que seja uma realidade”.
Segundo Perdomo, o projeto da Ferroeste renovou a vontade de seu país ter uma ferrovia, não somente como opção nacional: “Queremos que o Paraguai seja um caminho de conexão ferroviária intercontinental entre o Atlântico e o Pacífico”. Para ele, o projeto do corredor bioceânico, passando pelo Paraguai, “é fundamental e já está atrasado muito tempo”.
Para o assessor do Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai, Gonzalo Garay, o corredor bioceânico unindo Brasil e Chile, por ferrovia, através do Paraguai e Argentina, é “importantíssimo” porque passa pela região das três fronteiras (Brasil, Paraguai e Argentina), onde existe uma “rede de cidades com importantes interesses em nível federal, estadual, municipal e privado”.
Garay está convencido de que a região das três fronteiras “necessita da integração ferroviária para seu desenvolvimento, não só econômico, mas também cultural”. Segundo ele, a Ferroeste pode atuar como indutora do desenvolvimento da região porque possibilita a oportunidade de fazer avançar o corredor bioceânico.

CARTA DO FORO
A Carta do Foro Binacional Brasil/Paraguai reafirmou a declaração de intenções firmada entre os presidentes Lula e Lugo, em 25 de julho, para a criação de um fundo de desenvolvimento regional e elenca uma série de projetos que devem ser beneficiados com esses recursos, entre eles: “o estudo de pré-viabilidade para a interconexão ferroviária Cascavel-Ciudade del Este-Maria Auxiliadora, com posterior conexão a Encarnacion-Pilar, a ser concluído nos primeiros meses de 2010”.
A Carta também inclui a “construção do ramal Cascavel-Mundo Novo-Maracaju”, no Mato Grosso do Sul, e reforça a necessidade de iniciar “os estudos de viabilidade da ponte Salto del Guairá a Guaíra” para atender as principais demandas sociais das populações fronteiriças. Em relação à ponte ferroviária, o governo do Mato Grosso do Sul já assumiu o compromisso de custear o projeto de engenharia junto à Comissão para a Consolidação do Projeto da Ferroeste, grupo criado pelo Governo Federal em conjunto com o Paraná e o Mato Grosso do Sul com o objetivo de agilizar a ampliação da ferrovia.