Os casos confirmados por testes rápidos e por exames do Laboratório Central do Estado (Lacen) aumentam no Paraná. De acordo com o boletim divulgado nesse domingo (31), municípios da Região de Guarapuava entraram na estatística com casos positivos para a doença.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Pinhão foi confirmado o terceiro caso de coronavírus no município. Trata-se de um homem de 55 anos que está em isolamento domiciliar. Segundo o setor de Vigilância em Saúde é um caso importado, pois o homem infectado trabalha em outra cidade.
A Secretaria Municipal de Saúde informa ainda que o número de pessoas confirmadas com o vírus deve aumentar em razão da ampliação da quantidade de testes. Antes o exame específico para Covid-19 era feito apenas em pessoas hospitalizadas, mas a partir de agora, pacientes em isolamento domiciliar também serão testados.
Esse também é o caso de Candói que confirmou o primeiro caso. Irati que está na segunda confirmação; Laranjeiras do Sul; Quedas do Iguaçu; Foz do Jordão (mais dois casos); Reserva do Iguaçu (mais dois casos).
AUMENTA 60% NO PARANÁ
Esses municípios contribuem para a nova estatística do Paraná. O boletim epidemiológico publicado nesse domingo (31) pela Secretaria de Estado da Saúde demonstra que a circulação do novo coronavírus aumentou 60% no Paraná na última semana. A diferença é entre os 877 casos da semana epidemiológica 21 (período de 17 a 23 de maio) e os 1.404 da semana 22 (período de 24 a 30 de maio). No mesmo quadro houve diminuição de 23% no número de óbitos, de 31 para 24.
De acordo com a Sesa, as Regiões que registraram maior quantidade de casos novos foram Oeste (151%) e Noroeste (58%). A primeira pulou de 162 para 406 novos casos em sete dias e a segunda de 120 para 190.
A incidência aumentou 36% nas Regiões Leste e Norte, mas a evolução ocorreu dentro de um número absoluto maior: de 363 para 492 na primeira e de 232 para 316 na segunda.
Entre as semanas 20 (de 10 a 16 de maio) e 21 houve crescimento 83% no número de casos e de 114% na quantidade de óbitos no Paraná. Os maiores crescimentos foram nessa ordem: Norte (245%), Oeste (67%), Leste (57%) e Noroeste (40%).
PREVENÇÃO
Com a proximidade do Inverno e as baixas temperaturas que já estão deixando noites e dias mais gelados, a ordem é intensificar as medidas preventivas.
Em Pinhão, por exemplo, o secretário de Saúde, Ivonei de Oliveira disse que tornará a fiscalização mais rigorosa. Mesmo porque, com o surto diarreico agudo que atingiu mais de mil pessoas por cerca de 10 dias, a população descuidou da Covid-19. “Temos visto muitas pessoas nas ruas sem usar máscara. O comércio também descuidou. Mas agora voltamos a fiscalizar e a pedir para que os protocolos sejam cumpridos”.
Em Guarapuava, o secretário de Saúde Celso Goes também não se cansa de repetir que o isolamento, o distanciamento social e as medidas de higienização são os principais antídotos à doença.
TESTES
MENOR INCIDÊNCIA
Apesar do aumento da disseminação, o Paraná mantém a menor incidência do novo coronavírus por 100 mil habitantes no Brasil, com taxa de 41. O índice nacional é de 245 e o regional (Sul) de 76,9.
Conforme a pesquisa da Sesa, os estados com resultados mais próximo são Minas Gerais (49,4), Goiás (52,7) e Mato Grosso do Sul (53,6). Porém o Paraná ainda tem o terceiro menor índice de mortalidade por 100 mil habitantes, com taxa de 1,6, enquanto a do País é 13,9.
IDADE
O boletim demonstra que a população economicamente ativa ainda é a mais afetada pelo coronavírus. Porém, indica crescimento expressivo entre crianças. Já são 126 casos entre bebês e crianças até nove anos e 162 entre jovens de 10 a 19 anos. De acordo com a Sesa, entre zero e 19 anos o salto foi de 722% entre 22 de abril (quando essa métrica começou a aparecer nos informes) e esse domingo (31), de 35 para 288 casos.
Conforme o boletim, 3.631 casos da Covid-19 são de pessoas entre 20 e 59 anos, o que representa 77% do total de 4.687 casos no Paraná. Entre 22 de abril e 31 de maio, a evolução foi percentualmente mais rápida entre os mais jovens e a população adulta na comparação com os idosos. Em números absolutos, foram 253 novos casos entre crianças e adolescentes, 2.847 entre adultos e 526 entre idosos.
ESCALA
Segundo a Sesa, os casos escalaram 453% entre pessoas com 20 a 29 anos (de 147 para 814); 378% entre 40 e 49 anos (de 200 para 957). Outro dado é de 359% entre 30 a 39 anos (de 242 para 1.112); 283% entre 50 e 59 anos (de 195 para 748). E de 217% entre pessoas com mais de 60 anos (de 242 para 768).
Assim, esse crescimento contínuo da circulação da doença na população adulta ajuda a justificar a queda diária na média da faixa etária dos infectados no Paraná, que já está em 42,5 anos.
Conforme os dados, esse é o menor índice desde o começo desse registro. Segundo a pesquisa, no dia 1 de maio a média era de 45,7 anos. O maior registro foi de 46,7 anos entre 24 e 26 de abril, ou seja, em pouco mais de um mês, houve queda de mais de quatro anos na idade média.
CENÁRIO
As mulheres continuam sendo as mais atingidas no Paraná: 2.432 x 2.255 casos de homens. Conforme a Sesa, são 1.863 pessoas já recuperadas (39,7%) e 322 continuam internadas (117 em UTI e 205 em enfermarias). Isso representa a média de 57,8 casos por dia no Estado desde o começo da pandemia, no dia 12 de março.
CIDADES
A doença já atingiu 248 cidades no Paraná (62%). De acordo com a retrospectiva da Sesa, a disseminação estadual de casos começou em Curitiba e no interior concomitantemente. Em 12 de março os primeiros casos foram identificados na Capital e em Cianorte. Todavia, 10 dias depois eram 11 municípios e oito Regionais de Saúde diferentes com confirmações.
No entanto, no dia 1 de abril eram 43 municípios e 19 das 22 regionais atingidas. Um mês depois, em 1 de maio, 132 municípios e apenas a 4ª Regional de Saúde (Irati) ainda não apresentava casos confirmados. Neste domingo (31), com casos em todas as regionais, a Capital esbarrou em 1.000 casos. Em São José dos Pinhais há mais de 100 e Londrina e Cascavel já ultrapassaram 400.
De acordo com a pesquisa, na divisão regional, Curitiba e RMC (2ª Regional) concentram 1.622 casos confirmados, com 732 recuperados (45%) e 68 óbitos. A segunda Região com maior incidência é a de Cascavel (10ª), com 604 casos, 128 recuperados (21%) e nove óbitos, e a terceira é a de Londrina (17ª), com 534 casos, 133 recuperados (24%) e 29 óbitos.
Porém, a Região de Paranavaí (14ª) acumula 337 casos, 183 recuperados (54%) e 15 óbitos. Assim, essa é a Regional de Saúde com coeficiente de incidência por 1 milhão de habitantes mais alta do Paraná.
ÓBITOS REDUZEM
Ao contrário da evolução significativa de casos, o número de óbitos mantém trajetória regular no Paraná. Foram 14 na semana epidemiológica 20, 31 na semana 21 e 24 na semana 22. A média de óbitos no Estado é de 2,2 por dia (desde o dia 12 de março) ou 2,7 por dia (desde o dia 27 de março, data da primeira morte). O dia com maior registros foi neste sábado, com oito ocorrências.
O Paraná já perdeu 120 óbitos homens e 62 mulheres para a doença. A média de idade é de 67,5 anos.
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