22/08/2023

Na reta final, não há nenhuma inovação nos programas

Os últimos programas eleitorais na televisão em Guarapuava estão perdendo uma oportunidade de ouro: fisgar o eleitor pelo emocional, ao mesmo tempo mostrando propostas-chaves nesta fase final da campanha.
Quem assistiu o programa desta segunda-feira, defrontou-se com campanhas burocráticas, repetitivas, massivas.
Faço aqui uma pequena exceção para o candidato Antenor Gomes de Lima, que ousou ao trazer uma proposta completa (sobre esportes) no penúltimo programa, e usou de uma mensagem simples para tocar no eleitor.

O que falta para Antenor, sobra em excesso para Cesar Filho. Quem conhece o Cesar, sabe da capacidade de argumentação do candidato e o seu carisma pessoal. Não sei por que razão, mas o programa de tv conseguiu encobrir essa empatia. Ele aparece no programa como coadjuvante, e não como o âncora. Quando se imagina ser a vez dele puxar o assunto, entra o locutor, e o quadro na aparição dá ao candidato aquele tom de "gesso", longe, muito longe, do Cesar que a gente conhece.

A falta de dinheiro para uma grande produção televisão, parece ter sido a ajuda que o Antenor mais precisava. A tônica de simplicidade obrigou o candidato a maior tempo de exposição na tela. Neste penúltimo programa, falando de esportes, o candidato ancorou as falas dos ex-jogadores Alaor e Dirceu Pato. Quando falou de política, chamando voto, apareceram Requião, Gleisi, Paulo Bernardo, mas as cenas iam e voltavam para o candidato.

No programa do Fábio, convenhamos, o candidato literalmente foi pulverizado. Na vinheta "Fábio é 11", o telespectador imagina que vai aparecer o candidato e eis que surge na telona ele, o insubstituível, o próprio: Fernando Ribas Carli, o eterno. De Fabio Ribas, que é o candidato por direito do que candidato de fato, não há muito o que falar. Seu programa ainda é um folhetim mal-resolvido da Administração Carli. O que o Carli ainda não percebeu, é que ele, quando for fazer campanha institucional de seu atual mandato, como prefeito ou virtual candidato nas eleiçôes estaduais, vai herdar o ranço que criou com o pífio desempenho político de Fabio Ribas, seu alter-ego, e vice-versa.

Cada dia, tenho mais convicção que os candidatos não se tocaram que o nível dos eleitores mudou, para cima. Estes últimos programas têm os maiores picos de audiência dos 2 meses de campanha eletrônica no rádio e tevê. O eleitor espera por proposta, por visão global de contexto, e muito, muito posicionamento político. Traduzir em palavras, gestos e imagens, o prefeito que pretendem ser.

Repetecos de programetes no penúltimo programa ou falta de produção ou demagogia com crianças é menosprezar a capacidade de interpretação do eleitor.

Ao ver os programas de hoje, eu esperava mais. Mesmo porque, todos os candidatos dizem, Guarapuava espera mais.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

Este post não possui termos na taxonomia personalizada.

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

RSN
Visão geral da Política de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.