22/08/2023


Brasil Geral

Nadadores dos EUA mentiram sobre assalto

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por Vinicius Konchinski, do UOL

Rio de Janeiro – O Comitê Olímpico Rio-2016, por meio de seu diretor de comunicações, Mario Andrada, declarou não se arrepender de ter pedido desculpas aos norte-americanos após o suposto assalto sofrido pela equipe de natação do país. Informou, aliás, que não exigirá um pedido de desculpas dos americanos caso fique mesmo comprovado que eles inventaram a história do roubo no Rio de Janeiro.

A polêmica envolvendo Ryan Lochte e outros nadadores dos Estados Unidos foi abordado em entrevista coletiva concedida por Andrada e Mark Adams, porta-voz do COI (Comitê Olímpico Internacional), na manhã desta quinta feira (18). Paralelamente ao evento, as autoridades brasileiras divulgaram que a história do assalto foi inventada pelos atletas. 

A primeira versão dos fatos apresentadas pelo esportistas apresentaram conflitos. Eles chegaram a informar que tinham sido vítimas de uma assalto a mão armada enquanto voltando de uma festa. Nesta quinta, porém, a polícia informou que eles não foram assaltados. Só envolveram-se numa confusão num posto de gasolina durante seu trajeto de retorno à Vila Olímpica.

"A gente não espera nenhuma reação, nenhuma resposta disso, nada. O fato da história ter virado, dos atletas terem usado uma desculpa que não era verdadeira e depois a polícia conseguiu provar que, de fato, acabaram mentindo, é eloquente o suficiente", disse Andrada, sobre o caso. "A gente nem se arrepende pela desculpa. Estamos pedindo a todos os atletas que podem ter tido algum problema."

Andrada, aliás, pediu compreensão com os nadadores. Disse que são jovens, que estavam sob pressão. Por isso, cometeram um erro. "Eles agiram mal e acabaram batendo no muro. São jovens e cometem erros", disse Mario. "O fato de os atletas passarem por uma vergonha pública dessa magnitude é suficiente para que eles aprendam uma lição, e eu espero que eles aprendam."

Adams, do COI, evitou fazer comentários sobre a postura dos atletas. Ressaltou que o Comitê Olímpico confia na Justiça e nas autoridades brasileiras. São elas quem vão dar a palavra final sobre a questão. "Nós apoiamos as autoridades. Em geral, fazem um excelente trabalho. A polícia está tomando as medidas adequedas", disse o porta-voz.

ENTENDA O CASO 

As informações sobre o suposto assalto sofrido por quatro nadadores dos Estados Unidos no Rio de Janeiro estão cada vez mais conflitantes. Após Ryan Lochte revelar que os atletas haviam sido assaltados enquanto retornavam de uma festa, e depois alterar sua versão ressaltando que o incidente ocorreu em um posto de gasolina, uma nova história foi publicada pela emissora norte-americana “ABC”.

Segundo informações publicadas pela emissora com base em relato de uma fonte próxima a policiais que participam da investigação, imagens de uma câmera de segurança teriam flagrado um dos nadadores quebrando a porta de um banheiro em um posto de gasolina, o que resultou em uma briga com um segurança do local. Ainda segundo a reportagem, as autoridades brasileiras estão desconfiadas que Lochte e seus colegas inventaram toda a história do assalto. 

Enquanto não há um consenso sobre o ocorrido, as investigações seguem acontecendo no Brasil, já que Ryan Lochte e Jimmy Feigen já retornaram para os Estados Unidos. Nesta quarta feira (17), Gunnas Bentz e Jack Conger foram impedidos de embarcar no aeroporto Tom Jobim após a justiça brasileira decretar a apreensão dos passaportes dos atletas. 

O Comitê Olímpico dos EUA confirmou em comunicado que Bentz e Conger foram detidos antes de subir no avião e posteriormente foram liberados.

"Foram liberados pelas autoridades locais sob o acordo de continuar conversando sobre o incidente", explicou o porta-voz do USOC, Patrick Sandusky.

Enquanto isso, o advogado Sergio Viegas, que representa Bentz e Conger, explicou que os nadadores não poderão sair do Brasil pelo menos até prestarem novo depoimento.

Cristina Esteche

Jornalista

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