Não basta querer; a natureza é imprevisível!

Acho complicado a apologia que vem sendo feita à neve que cobriu Guarapuava de branco no inverno de 2013. Explico porque. A expectativa gerada na população de que esse fenômeno meteorológico volta a acontecer é muito grande. Quanto mais se aproxima o dia 23 de julho, data em que a neve ocorreu no ano passado, mais o assunto ganha as rodas de conversas na cidade. E existem até previsões. Hoje mesmo, sexta (18), quatro pessoas me perguntaram se é verdade que os hotéis estão com reservas de turistas para a próxima terça (23), se vai nevar durante três dias e por aí; se o “marco da neve” que será instalado na Praça 9 de Dezembro junto com o termômetros – ambos anunciados pela Prefeitura – serão inaugurados quando os primeiros flocos de neve caírem na noite da próxima terça. Inicialmente, até pensei que pudesse ser um comentário satírico, mas no decorrer da conversa percebi que se tratava de expectativa mesmo e que já pauta o diálogo diário do guarapuavano.

Que Guarapuava possui clima frio, portanto, propício a esse fenômeno, isso é incontestável. Afinal, segundo meteorologistas, para que ocorra o fenômeno que encanta turistas e que elevou a autoestima de quem aqui vive, para que haja formação de cristais de gelo, são necessárias temperaturas abaixo de zero, mas a neve normalmente se precipita quando a temperatura do ar esta em torno de zero e 2°C positivo, associada à umidade relativa ao ar. Porém, de acordo  com o Simepar, neste ano o inverno  será  menos rigoroso já que é o El Niño o fenômeno impera neste ano. Quando acontece um El Niño, os ventos sopram com menos força em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul. Com o El Niño, que aconteceu em 2013, o processo é inverso.

Mas como a natureza é imprevisível, entramos na torcida para que a neve volte e consolide ainda mais Guarapuava como uma cidade do frio.