22/08/2023
Política

"Não somos oposição, mas nos tratam com arrogância"

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Cristina Esteche

O vereador e primeiro secretário da Mesa Executiva do Legislativo Municipal de Guarapuava, Valdir Kukelcik (PPS), disse que foi o pivô da confusão que envolveu a Comissão de Finanças e Orçamento, na noite de ontem, segunda feira (09). Ele atribui todo o problema que vem acontecendo entre os situacionistas à falta de articulação política por parte das lideranças do prefeito Cesar Silvestri Filho. “Nós não somos oposição, mas estamos sendo tratados com arrogância e prepotência por parte de vereadores da nossa própria bancada. Agem como se mandassem em nós e isso não aceitamos”, disse à Rede Sul de Notícias. Quando fala no plural o vereador se refere a ele, ao presidente da Câmara, João Napoleão, e aos vereadores Germano Toledo Alves e Elias Rodovanski. Todos compõem a bancada que dá sustentação ao prefeito.

De acordo com Kukelcik, essa situação de desrespeito acontece desde a escolha da presidência da Câmara quando Edony Kluber (PSD) foi eleito e se agravou com a escolha de João Napoleão à presidência da Câmara. De acordo com Valdir Kukelcik, a bancada governista, na última hora, tirou o apoio do vereador Valdemar Calixto a João Napoleão e o lançou à presidência com o aval dos demais. “Foi uma articulação mal feita e que envolveu o Nélio [secretário executivo Nélio Gomes da Costa] e outros. Acabaram perdendo a eleição”. 

No último episódio, no caso das comissões, tudo começou numa reunião entre a bancada de situação, na terça feira (03). “O Jabur [vereador Valdomiro Batista] chegou na reunião e foi dizendo os nomes que iriam compor as comissões. Na comissão de Finanças e Orçamento ele deu os nomes dos vereadores Neto Rauen, Marcio Carneiro e nem lembro mais quem. O João [João Napoleão, presidente da Câmara] queria indicar o Germano [Toledo Alves]”.  Valdir, que até dezembro de 2014 integrava a Comissão de Justiça e Redação, foi excluido de todas as comissões. “Como me deixaram de fora, disse que gostaria de me candidatar para a Comissão de Finanças e Orçamento. O Airson [Horst, que é lider do prefeito na Câmara] me olhou e mandou que eu me candidatasse porque eu não teria voto algum”. Segundo o professor Valdir, os vereadores em questão desconheciam que o Regimento Interno prevê candidatura avulsa e que, nesse caso, a votação é feita pelo plenário e não pelo bloco recém criado e que estava composto por 10 vereadores. “Quando constataram isso, ficaram doidos e a escolha foi adiada para outra data”.

Paralelamente, por articulação do vereador Elcio Melhem (PP), líder da oposição, vereadores que estavam em outras comissões acabaram saindo e novas composições foram feitas momentos antes da sessão de ontem, segunda feira (09). Quando os demais vereadores da bancada situacionista souberam o que estava acontecendo, discordaram, mas a votação aconteceu. “Nessas votações o meu voto decidiu tudo. Foi 11 contra 10. Eu fui o décimo primeiro voto”, diz.

O vereador Valdomiro Batista foi procurado pela RSN desde a manhã desta terça, mas não foi encontrado. O mesmo aconteceu com o presidente da Câmara, João Napoleão.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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