Por Bruno Vaiano para a Superinteressante
Nosso planeta está mal das pernas. Tão mal, de fato, que a Nasa resolveu tirá-lo de seus líderes irresponsáveis e colocá-lo na roda dos enjeitados. Em um campanha de conscientização na reta final para o Dia da Terra (celebrado em 22 de abril), a agência espacial norte-americana dividiu o planeta em 64 mil pequenos retalhos – e, em um ato simbólico, os disponibilizou para adoção neste link aqui. Qualquer pessoa com acesso à internet pode pôr o próprio nome lá, e então “pegar” para si um pedaço aleatório da Terra com cerca de 88 km de largura. O que você ganha com isso? Bem, além do peso na consciência pelo que a espécie humana já fez com o planeta, a Nasa gera uma ficha técnica do lugar “adotado”, com várias características climáticas e geológicas interessantes.
Não crie grandes expectativas: como já dito, o território que ficará sob sua responsabilidade é sorteado, e do ponto de vista estatístico é bem provável que você ganhe um naco de Oceano Pacífico, que corresponde a mais de 30% da superfície do planeta. Uma fatia de 88 km de oceano é água que não acaba, sem dúvida. (Foi o que aconteceu com o repórter da RedeSul de Notícias, Jonas Laskouski, como mostra o registro abaixo e que agora é 'responsável' por um pedacinho da Terra)
Nem todos os dados disponíveis são tão fáceis de interpretar – principalmente para quem não é formado em meteorologia. Mas vários deles podem ajudar um leigo a manter seu território adotivo sob controle. Carbon monoxide é a concentração de monóxido de carbono na atmosfera do local. Esse gás invisível é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa, então é uma boa ideia mantê-lo sob controle. Outro dado curioso é a concentração de clorofila (Chlorophyll a), o pigmento responsável pela fotossíntese de plantas e algas. Quanto mais clorofila houver em seu pedaço de Terra, mais plantas estão liberando oxigênio na atmosfera por ali – e menor, por tabela, é a poluição. Vale ressaltar que esse dado só vale se o seu pedaço for água – na superfície, o dado equivalente é o Enhanced Vegetative Index. Isso se deve às diferenças no método de coleta de informações usado pelos satélites que fazem cada uma das medições. Você também poderá ver a altura máxima que alcançam as nuvens na região, a umidade relativa do ar e até a quantidade de ozônio de cada trecho da atmosfera.
Todos esses dados são coletados pela própria agência espacial, e os os equipamentos de medição ficam na órbita do planeta, instalados em satélites dedicados à pesquisa científica. Eles são essenciais para que especialistas possam acompanhar de perto o avanço de mudanças climáticas induzidas pela atividade humana.
Dito isso, corra! Já há pelo menos 58 mil pedaços adotados, então o tempo está acabando.