A chegada da pandemia ao Brasil, junto ao isolamento social, impactou significativamente os comerciantes de todo o país. Assim, para não perder a fonte de renda, a população precisou se reinventar e enfrentar o novo cenário, abrindo espaço para o meio digital, que se tornou um forte aliado dos brasileiros. A venda pela internet tem crescido. No último mês, os principais sites de e-commerce do país registraram cerca de um bilhão de visitas, acarretando em um crescimento de 51% em relação ao ano passado.
Ygor Santos é proprietário de uma empresa de uniformes e conta que está seguindo essa tendência que é o comércio on-line. Ele acredita que a melhor forma de se reinventar no mercado é adentrar o e-commerce, espaço onde os clientes podem montar a linha e escolher os produtos sem sair de casa. “Este momento exige nossa reinserção no mercado de trabalho, precisamos manter nossas empresas funcionando. Acredito que o e-commerce seja a solução para isso. Estou em grupos de empresários no WhatsApp e a maioria pensa assim”.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Rodrigo Bandeira, aponta que muitas empresas estão migrando para o segmento on-line, isso porque querem preservar o bom andamento das marcas. Em um primeiro momento é um susto precisar mudar o formato de trabalho, mas os empreendedores já perceberam que é a melhor forma para retomar o andamento.
MIGRANDO PARA O ON
Ygor comenta que a pandemia da Covid-19 afeta o negócio de todas as formas, já que os clientes também ficaram de portas fechadas. “Houve um período sem recebimentos para a empresa. Assim, ficamos de mãos atadas para trabalhar. O setor do vestuário não está tendo a mesma procura que antes pelo consumidor final, vivemos o efeito cascata. Então, é uma cadeia de fatos em que o efeito de um é a causa do efeito de outro”.
Assim como Ygor, Mariana Reis também precisou se adaptar a quarentena, mas já trabalhava com conteúdo digital. A diferença, é que agora ela trabalha em home office. A designer de moda presta atendimento on-line, o que facilita a reinvenção. Para ela, a maior estratégia e aliada nesse momento é a criatividade. “O conteúdo que você gera e a forma que você se comunica são um diferencial. Quando chega uma crise, a criatividade faz a gente se destacar e isso é um desafio hoje, são mil coisas acontecendo na internet e como se destacar?”.
Assim como Mariana, muitos trabalhadores seguem tentando driblar a crise. Juliana Schimidt continua em isolamento, trabalhando em home office com a venda de roupas. Entre os serviços feitos durante a quarentena, está a confecção de máscaras, item essencial.
“A minha marca de roupas continua no ar, mas tive queda nas vendas, sei que as pessoas não estão pensando em comprar nada agora. Por isso, estou produzindo e vendendo máscaras na internet. É triste e complicado, o e-commerce é um aliado, mas a crise continua ai”. Assim, a loja virtual segue aberta, mas ela salienta a necessidade de criar e produzir outras coisas.
DADOS
Segundo dados do grupo Emissoras Pioneiras de Televisão (EPTV), os setores que mais registraram aumento na comercialização de produtos on-line foram os eletrônicos com 136,72% seguidos pela moda 95,27% e casa e móveis 85,39%.
De acordo com um estudo que reuniu pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o home office é possível para 22,7% das profissões no país.
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