22/08/2023
Agricultura familiar Cotidiano Em Alta Região

Nova Laranjeiras e Laranjal mantêm a vida no campo, aponta IBGE

Esses municípios se somam a outros 43 no Paraná que possuem a maioria dos habitantes vivendo no interior. Em Guarapuava, a maioria vive na cidade

Homem no campo (Foto: Freepik)

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que Nova Laranjeiras e Laranjal compõem os 45 municípios paranaenses onde o campo é protagonista. Mais do que estatísticas isoladas, esses municípios representam modos de vida que resistem à lógica da urbanização acelerada. Isso porque possuem comunidades enraizadas, economias conectadas à natureza e vínculos sociais que se mantêm firmes fora dos grandes centros.

Nova Laranjeiras (Foto: Prefeitura)

Município com 12.074 habitantes, Nova Laranjeiras possui 74,67% dos moradores vivendo em comunidades rurais, longe do burburinho urbano. Conforme a estatística, apenas um quarto da população está concentrado na sede. Trata-se de um contraste em comparação com Guarapuava, por exemplo, que possui apenas 12.876 habitantes vivendo no interior.

A vida em Nova Laranjeiras, na Região da Cantuquiriguaçu, é marcada pelo ritmo das estações, pelas relações comunitárias e pela dependência direta da terra. Em tempos de crises sanitárias e climáticas, essa conexão com o território pode representar tanto uma vantagem quanto um desafio.

EM LARANJAL 68% VIVEM NO INTERIOR

Laranjal (Foto: Prefeitura)

Na Região territorial da Associação dos Municípios do Centro (Amocentro), Laranjal reforça esse mesmo perfil rural. Com uma população estimada em 5.525 habitantes, o município tem 68% dos moradores vivendo no campo. Durante a pandemia de coronavírus, essa baixa densidade urbana foi um trunfo: até setembro de 2020, Laranjal era o único município do Paraná sem casos confirmados de covid-19. A geografia isolada funcionou como uma barreira natural contra o vírus.

Com uma economia baseada nos setores madeireiro, moveleiro, gráfico e de papel, Laranjal tem a base produtiva fortemente vinculada aos recursos naturais da Região. A localização, contudo, impõe desafios de conectividade e acesso a serviços. Afinal, são 420 km até Curitiba, 178 km até Guarapuava e 150 km até Cascavel, sendo a PR-364 o principal eixo viário.

Apesar da predominância da urbanização, especialmente nas cidades de maior porte, esses territórios mantêm viva uma forma de vida que está desaparecendo no Brasil. E que, portanto, merece atenção não apenas pela peculiaridade, mas pela importância cultural, social e econômica. Num país que, em muitos aspectos, negligencia o Brasil profundo, a existência de municípios majoritariamente rurais é um alerta e uma oportunidade. Isso porque entender essas realidades é essencial para pensar políticas públicas mais justas, inclusão territorial e um futuro onde a vida no campo não seja exceção, mas escolha viável.

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Cristina Esteche

Jornalista

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