22/08/2023




Brasil

Nova ofensiva do atraso

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O MST iniciou nova temporada de invasões. Propriedades em 12 Estados foram invadidas. O poder público dá sinais de que, de novo, não tomará nenhuma atitude. Isso é péssimo para o país.

Há muito ficou claro que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é político e a reforma agrária nunca foi sua prioridade, mas seu pretexto. Até porque, quando o MST surgiu, na década de 80, a reforma agrária já havia perdido o bonde da História.

Em 80, os latifúndios improdutivos, a clássica referência fundiária marxista, estavam se tornando raros no Brasil. Quando o Brasil começava apresentar índices de tecnologia e de produtividade comparáveis e superiores aos maiores do mundo, o MST surgiu com a proposta do agricultor com uma enxada e uma foice.

Minifúndios de subsistência, muitas vezes entregues a pessoas recrutadas na periferia de cidades, sem qualquer tradição agrícola, como costuma fazer o MST, mais interessado em arregimentar massas para manipulação política do que em qualquer reforma agrária real, se tornaram uma rota segura para o fracasso e a fraude.

O fato de ter nascido obsoleto nunca impediu que o MST prosperasse e recebesse fartos recursos apesar de cometer, sistematicamente, ilícitos e crimes que vão da invasão, depredação, destruição de propriedades, até lesões corporais e homicídios. Uma absurda cumplicidade permeia as relações do movimento com o estado brasileiro.

O MST é uma espécie de braço armado do PT, a ponto de Lula se referir ao “exército do Stédile”, como se o Movimento fosse uma “tropa de assalto” capaz de empreender ações violentas em defesa dos interesses do Partido dos Trabalhadores.

Agora, quando Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, o MST inicia uma safra de invasões midiáticas, contra propriedades de figuras com ligações com o presidente Michel Temer.

As invasões atingem terras de gente como o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que estão entre as propriedades mais produtivas do mundo, e até fazendas do empresário Eike Batista, curiosamente muito mais ligado, de forma nada republicana, a Lula, Dilma e o PT. São invasões para criar marola política, mostrar poder de fogo e tentar intimidar.

Está mais do que na hora de o MST começar a prestar contas de seus atos. O movimento não possui existência legal, justamente para evitar ser responsabilizado pelos ilícitos em que se envolve. Recebe verbas bilionárias do governo através de entidades laranja. Precisa ser responsabilizado pelo que faz.

O absurdo do MST foi escancarado em abril do ano passado quando o Tribunal de Contas da União paralisou a reforma agrária no país após identificar 578 mil beneficiários irregulares. Um ralo de dinheiro público de R$ 2,5 bilhões.

Entre outras aberrações, a auditoria do TCU revelou que 37 mil falecidos haviam sido contemplados com lotes da reforma agrária e a concessão de terrenos para pessoas de alto poder aquisitivo, como proprietários de veículos de luxo como Volvo, Land Rover, Porsche…

Não é possível que um país em crise, que corta até a gasolina de viaturas da Polícia Rodoviária Federal, se dê ao luxo de financiar, com bilhões, um movimento mergulhado na fraude e na violência e que se comporta como milícia armada de um partido.

Ademar Traiano é presidente da Assembleia Legislativa e presidente do PSDB do Paraná

 

Cristina Esteche

Jornalista

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