22/08/2023
Política

“Novo presidente não vai ter dinheiro nem para uma lata de tinta”, diz Napoleão

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O novo presidente da Câmara de Vereadores de Guarapuava deverá ser bom administrador. Além do “jogo de cintura política” para administrar uma bancada situacionista composta por 13 vereadores de cinco partidos (PPS, PSD, PR, PHS e PSB) e outra de oposição com 8 membros, além de ter que fazer frente às demandas sem que falte dinheiro. Para se ter uma ideia, hoje o repasse mensal feito pelo Executivo, conforme manda a legislação é de cerca de R$ 625 mil para suprir despesas com 12 vereadores, além dos gastos com a estrutura administrativa. Em 2013, segundo o atual presidente em exercício João Napoleão (PSDB), o repasse mensal deverá ser de R$ 700 mil e com uma diferença: serão 21 vereadores com dois assessores cada um, com exceção da presidência que terá 6 assessores e o secretário, com 3. “Não vai dar pra comprar nem uma lata de tinta. O Orçamento de 2013 está muito apertado”, avisa o presidente “tucano”.

Para se ter uma ideia hoje o gasto com o pagamento de subsídios dos 12 vereadores gira em torno de 83 mil, fora o recolhimento mensal de 21% de custos com INSS. Com 21 vereadores esse custo subirá para R$ 136 mil que acrescido do recolhimento patronal saltará para R$ 165 mil, segundo o Departamento de Recursos Humanos do Legislativo Municipal. Soma-se a isso, a folha de pagamento com assessores (cerca de R$ 80 mil) e com os servidores efetivos (R$ 37 mil, hoje). O valor de gastos com o custeio não foi informado pela Contabilidade da Câmara e nem o gasto total por mês.
“Desde que assumimos a presidência há um ano puxamos o freio e estamos contendo gastos, o que nos permite ter uma economia considerável. O gasto com combustível, por exemplo, neste último ano ainda não somou os R$ 7,8 mil que eram gastos num único mês. Também reduzimos o número de assessores de cinco para dois para cada gabinete”, diz o presidente.

Na matemática da Câmara, num resumo preliminar, a folha de pagamento da nova estrutura com apenas um assessor por gabinete com um salário mensal de R$ 3,5 mil, abocanhará cerca de R$ 350 mil por mês, segundo o RH. Embora a Câmara tenha aprovado uma nova estrutura organizacional que prevê um coordenador e um assessor de gabinete (R$ 2,5 mil) para cada vereador, a decisão só é válida para os atuais 12 vereadores. Para que os 21 sejam contemplados, o que onerará ainda mais a folha, João Napoleão terá que abrir concurso público para a contratação de mais 21 vagas para o cargo de agente de gabinete e readequar a resolução que trata dos cargos abrindo mais 9 vagas para assessor de gabinete. “Eu tenho brecha para abrir novas vagas porque o Ministério Público sugeriu que os cargos comissionados devem se igualar aos cargos efetivos”, observa o presidente. Assim sendo, cada vereador terá dois cargos comissionadas e um concursado. Além das despesas com pessoal e vereadores, há gastos com o custeio do Legislativo como: água, luz, telefone, material de expediente, empresas terceirizadas (informática, jardinagem, equipamento da Tevê Câmara), combustíveis.
“Resumindo: o novo presidente terá um Orçamento apertadíssimo em 2013”, assegura João Napoleão.

Cristina Esteche

Jornalista

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