Um café da manhã oferecido pelo Sindicato Rural de Guarapuava nesta terça-feira (11) reuniu agrônomos na sede da entidade. O evento comemorativo ao Dia do Agrônomo possibilita uma reflexão sobre a importância desse profissional no mercado de trabalho.
Com ações que visam despertar a sociedade para a importância da profissão e auxiliar estudantes a escolher uma profissão, a entidade promove palestras e outras ações de orientação em escolas, desde o ensino fundamental, passando pelo médio até os cursos de agronomia no Cedeteg e na Faculdade Campo Real em Guarapuava. “Levamos informações em palestras sobre meio-ambiente, produção de alimentos (ensino fundamental), orientações sobre a profissão que objetivam o estudante a fazer a sua escolha profissional (ensino médio). Nos cursos superiores damos informações sobre o que é ser engenheiro agrônomo já que 98% dos estudantes entram na faculdade sem saber o que vão fazer”, diz José Roberto Pape, presidente da AEAGRO. Há quatro anos a entidade promove um curso de monografia e premia os cinco melhores trabalhos acadêmicos no Cedeteg.
A interação entre a entidade, o acadêmico e o mercado de trabalho contribui para o crescimento desse tripé. “Temos vários casos em que acadêmicos tiveram a oportunidade de contatar empresários e outros agrônomos e saíram da faculdade já com vaga garantida”, diz Fabíola.
A presença do engenheiro agrônomo no mercado de trabalho, a exemplo de outras profissões, é marcada pela competitividade. “O agrônomo tem que estar cada vez mais bem informado porque o produtor hoje é muito bem informado e isso do profissional”, observa Fabíola Portolan Kuczer, agrônoma. “Está havendo uma maior procura na área de tecnologia em todos os setores e isso contribui para a abertura do mercado de trabalho para a nossa categoria”, emenda Pape.
Para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Rodolpho Luiz Werneck Botelho, que também é agrônomo, esse profissional faz parte do Sindicato e também da vida dos sindicalizados. “Nos dias atuais com a competitividade muito grande entre os países o setor agropecuário necessita da assistência técnica de qualidade. Na parte agrícola esse atendimento é de vital importância. Isso é traduzido em qualidade de produção, rentabilidade, cuidados com o meio ambiente. Tudo isso desemboca na segurança alimentar”, afirma.
ASSOCIATIVISMO
A busca pelo associativismo também está aumentando. Luciana Stremel, é engenheira agrônoma há 20 anos e há 15 trabalha em Guarapuava. Ela escolheu o dia comemorativo para assinar a sua ficha de sócia na AEAGRO. “A associação é um instrumento de cidadania, onde podemos colocar a nossa profissão numa dimensão maior, podemos participar, debater, se fazer presente”, entende a profissional.
AS MULHERES GANHAM O MERCADO
Até bem pouco tempo tida como uma profissão masculina, a agronomia hoje quebra paradigmas, embora ainda haja preconceito contra o gênero feminino. “Se você entrar numa turma de agronomia verá que apenas 30% são mulheres e poucas estão na área de assistência, no campo”, diz Fabíola que atua nesse setor. Para Pape, porém, a presença feminina nos vários setores da agronomia não pode ser vista como preconceito. “A agronomia é eclética. Você pode estar no campo, no escritório de planejamento ou outro setor. Se hoje temos 30% das turmas compostas por mulheres, há anos tínhamos uma ou duas alunas. Houve um crescimento natural”, defende.
Para Fabíola, a sua capacidade profissional se sobrepõe a qualquer preconceito. “Não vejo nenhuma diferença, sempre fui muito respeitada, mas faço o que é preciso fazer. SE precisar carregar saca de milho eu carrego. O respeito veio pelas minhas conquistas”, afirma.