O burro e o meteorologista

Este final de semana me superei. Convidei um casal de vizinhos para almoçar comigo no domingo. “Seu” Pedro e dona xarasvsdvyudgv (não entendi o nome dela, por isso vou chama-la de dona “És”, pois tudo que o Pedro dizia, olhava para ela e reafirmava: “Né muié?”, e ela sem gaguejar respondia: “éééééééééééé’”. Então, És tá de bom tamanho).
Numa conversa do interior o assunto é inevitável (mas há outros, como estrada, plantio, colheita e por ai vai). Entramos numa discussão ferrenha sobre o clima. Eu, me achando o cara, conhecedor de todas as técnicas meteorológicas do mundo, emendei uma entrevista que fiz esta semana com um técnico do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), onde ele apontava que estão sendo investidos milhões de reais em um novo equipamento, de última tecnologia e revolucionário, que poderá prever chuvas com até 30 horas de antecedência, com margem de erro de apenas 10%.
Mandei essa pra ele com muita propriedade, e me achando o “Rei da Cocada” em chuva.
Mas, ele me arrebentou.
Respirou e disse, “pois olha, tenho em casa um burro que toda vez que o tempo se ajeita pra chuva, chuvinha ou temporal, ele abaixa as orelhas e procura se abrigar em baixo do paiol. Nunca falhou. Ele acertou todas. Né muié?”. Pra me derrubar do alto da minha ignorância, a mulher emendou o maior “ééééééééééééééééééé” da tarde.
Me senti arrasado.
Mas, cá entre nós, entre os milhões em investimentos dos metereologistas, sou mais o burro do “Seu” Pedro.