22/08/2023
Guarapuava

O Cleiton é uma pessoa do bem!

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Eu sou desligada, descuidada, e todos os que me rodeiam sabem disso. Tanto é que na saída para minha viagem a Ponta Grossa, no final da tarde de quarta feira, não faltaram recomendações do Jonas, do Rogério e da Bárbara para que eu não perdesse nada, para que cuidasse de tudo o que estava levando. Lá por volta das 6h30 de quinta, novas recomendações, desta vez do Orlando: "troque de bolsa; não esqueceu do carregador do celular? e do relógio?" E lá fui eu puxando uma mala, levando uma mochila e uma caixa enorme com mimos da RSN que o Pierre e o Caio tinham feito para que eu presenteasse empresários e jornalistas com quem encontraria nos três dias de Press Trip, em Ponta Grossa. 

Não preciso dizer que ao entrar no ônibus, ainda meio sonolenta, derrubando uma coisa aqui, catando outra ali, dei por falta do celular. O motorista já tinha ligado o ônibus, mas mediante meu apelo esperou uns minutinhos, o tempo para que eu retornasse ao carro, no estacionamento. Mas o celular não estava lá. Coloquei na caixa, junto com o material de marketing, pensei. Ao chegar na rodoviária de Ponta Grossa, revirei a caixa, a mochila e até abri a mala, ali mesmo. E nada do celular. Quando estava entrando em pânico, pois grande parte da minha vida profissional está ali, naquele aparelhinho, eis que chega o Ramon, o responsável pela organização do Press Trip. E foi logo dizendo: "Já sei onde está o teu celular. Está neste endereço com o Cleiton". Foi como se uma tonelada tivesse saído dos meus ombros. "Liguei pra você e um homem atendeu e disse que havia achado o celular na Rodoviária de Guarapuava". No início da tarde, o Cleiton, que mora no Morro Alto, entregou o aparelho para a Adriana, que nos assessora na RSN e esta mandou para Ponta Grossa.

E imaginem eu, com outros 30 jornalistas, sem ter contato, sem fotografar, sem gravar. Me sentia nua. Iniciava aí outra maratona. Era um tal de um ir buscar o celular na rodoviária e o guarda-volume estar fechado. Outro ia, mas somente eu poderia retirá-lo. E nós indo pra lá e pra cá, cumprindo uma agenda apertadíssima, que não me dava brecha para ir buscar o bendito aparelho. Finalmente, quase às 18h desta sexta, eu e a Gerusa, que trabalha no gabinete da vice-prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, fomos até a rodoviária, mas não pude retirar o "bichinho" porque estava sem documento. Lá fomos até a garagem da Princesa dos Campos, onde estava estacionado o ônibus que fazia o nosso translado. Peguei o RG e voltamos para a rodoviária. Ao chegar no guarda volumes a atendente nos disse que custaria R$ 8,50. E adivinhem? Nem eu e nem a Gerusa estávamos com dinheiro. Qual foi a solução? Emprestar do motorista – que, aliás é uma pessoa importante na minha vida e que o reencontrei naquele momento, após quase 20 anos sem vê-lo. 

Enfim, com a ajuda de uns e com a torcida de todos, o celular voltou para as minhas mãos e pude trabalhar normalmente. Quanto ao Cleiton, tão logo retorne a Guarapuava quero conhecê-lo, saber quem é, o que faz, e agradecê-lo. Por enquanto, só posso dizer que o Cleiton é uma pessoa do bem e que são seres como ele que nos fazem acreditar que ainda existem pessoas honestas, que nos fazem acreditar que ainda há esperança e de que o mundo ainda pode ser melhor. Gratidão!

Depois que tudo passou, parei para pensar e dei risada sozinha. Porque ao encontrar os companheiros ouvi um coro: "pegou o celular"? Enfim, sem largar o "bichinho" um segundo sequer, me dei ao direito de tomar um chopinho para relaxar. Afinal, ninguém é de ferro.

Jonas, Rogério, Bárbara, Orlando, vocês tem razão. Eu sou mesmo desligada, literalmente!

Cristina Esteche

Jornalista

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