O cuidador, a doação, o amor e o Alzheimer

Lizi Dalenogari, da Redação

Cuidar de pacientes diagnosticados com a doença de Alzheimer é desgastante. Requer doação, cuidado muitas vezes exclusivo, e muito amor. Procurar ajuda com familiares e/ou profissionais pode ser uma medida absolutamente necessária. E é justamente esta ajuda que a Associação de Estudos, Pesquisas e Auxílio aos Portadores de Alzheimer – AEPAPA, tem se proposto a dar, com excelência.

Aline Kruger Jaconski de Oliveira é a nutricionista que orienta as famílias cadastradas

A Associação é a única autorizada legalmente em Guarapuava e disponibiliza para as 85 famílias cadastradas o suporte de seis equipes especializadas que são: enfermagem, serviço social, nutrição, farmácia, biomedicina e fisioterapia. Todas trabalham em conjunto com o Laboratório de Neurociências e Comportamentos da Unicentro/Campus Cedeteg, maior parceira da entidade.

Assim que a família é cadastrada o cuidador começa a receber as orientações de como prestar auxílio ao paciente, além de técnicas para aliviar a carga de estresse que está sujeito a adquirir.

Um belo exemplo de doação e comprometimento é do senhor Armerindo José Alves, de 65 anos. Ele é o esposo e cuidador da senhora Eva Meneguel Fontana, de 77 anos, que foi diagnosticada com a doença há pouco mais de um ano. Eles estão juntos há 43 anos, tem dois filhos e quatro netos. Ainda moravam na Chácara quando começaram a surgir os primeiros sintomas da doença. “Eva começou a ficar muito quieta, apática; queria ficar mais deitada, não tinha ânimo. Foi quando minha filha procurou o Dr. Bruno (neurologista) e marcou uma consulta. O diagnóstico não demorou”, conta Armerindo.

Hoje o casal conta com o suporte das equipes da AEPAPA, entidade que Armerindo já ajudava e que jamais imaginou precisar. “Vejo o tamanho da importância de contribuirmos com uma entidade como esta, hoje somos nós que precisamos dela, muito mais do que ela precisa de nós. Por isso aconselho que as pessoas que possam contribuir, que o façam. Muitas famílias são ajudadas e sabemos que é um trabalho sério e comprometido. Não tem o que pague o que estes profissionais fazem por nós. Sem eles acredito que não conseguiríamos”, enfatiza o cuidador.

Descrever o que a AEPAPA representa na vida deste casal e das outras 84 famílias assistidas por ela é impossível em uma só matéria. Por isso continuaremos divulgando o que uma entidade comprometida é capaz de realizar quando a vontade e o amor é maior que qualquer dificuldade.

Atenção para algumas medidas que podem facilitar a vida dos doentes e de quem cuida deles:

* Fazer o portador de Alzheimer usar uma pulseira, colar ou outro adereço qualquer com dados de identificação (nome, endereço, telefone, etc.) e as palavras “Memória Prejudicada”, porque um dos primeiros sintomas é o paciente perder a noção do lugar onde se encontra;

* Estabelecer uma rotina diária e ajudar o doente a cumpri-la. Espalhar lembretes pela casa (apague a luz, feche a torneira, desligue a TV, etc.) pode ajudá-lo bastante;

* Simplificar a rotina do dia-a-dia de tal maneira que o paciente possa continuar envolvido com ela;

* Encorajar a pessoa a vestir-se, comer, ir ao banheiro, tomar banho por sua própria conta. Quando não consegue mais tomar banho sozinha, por exemplo, pode ainda atender a orientações simples como: “Tire os sapatos. Tire a camisa, as calças. Agora entre no chuveiro”;

* Limitar suas opções de escolha. Em vez de oferecer vários sabores de sorvete, ofereça apenas dois tipos;

* Certificar-se de que o doente está recebendo uma dieta balanceada e praticando atividades físicas de acordo com suas possibilidades;

* Eliminar o álcool e o cigarro, pois agravam o desgaste mental;

* Estimular o convívio familiar e social do doente;

* Reorganizar a casa afastando objetos e situações que possam representar perigo. Tenha o mesmo cuidado com o paciente de Alzheimer que você tem com crianças;

* Conscientizar-se da evolução progressiva da doença. Habilidades perdidas jamais serão recuperadas;

* Providenciar ajuda profissional e/ou familiar e/ou de amigos, quando o trabalho com o paciente estiver sobrecarregando quem cuida dele.

Para contribuir com a AEPAPA doações podem ser depositadas na Caixa Econômica Federal

Agência: 3172, Operação: 003, Conta: 84-0

A AEPAPA está localizada na Rua Inácio Karpinski, 1694, no Núcleo Padre Chagas, no Bairro Bonsucesso. Os telefones são: (42) 3304-5460 ou (42) 3304-5452. Maiores informações podem ser obtidas através do site da Associação: aepapa.wix.com/guarapuava.