Este domingo (8) é marcado pelas comemorações do Dia Internacional da Mulher. De acordo com a história, a ideia de uma celebração anual surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou um Dia da Mulher, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York . De acordo com informações que circulam pela internet, o movimento se tratava de uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino.
Um ano depois, foi sugerido por Clara Zetkin em uma Conferência de Mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague, que o Dia da Mulher passasse a ser celebrado todos os anos com uma data específica definida. Assim, a partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações no último domingo de fevereiro. Em 8 de março de 1917 houve uma grande passeata de mulheres na Rússia, em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país.
Além disso, operários metalúrgicos acabaram se juntando à manifestação, que se estendeu por dias e acabou por precipitar a Revolução de 1917. Nos anos seguintes, Dia da Mulher passou a ser comemorado naquela mesma data, pelo movimento socialista, na Rússia e em países do bloco soviético. No entanto, a data ficou estabelecida somente no ano de 1975, quando a ONU intitulou de Ano Internacional da Mulher para lembrar suas conquistas políticas e sociais.
OUTRA VERSÃO – O INCÊNDIO
O dia 25 de março de 1911 era um sábado, trabalhadores estavam na Triangle Shirtwaist Company quando começou um grande incêndio. A indústria ficava na rua Greene com a Washington Place em Nova York. A fábrica ocupava os três últimos de um prédio de dez andares. Além disso, o chão e as divisórias eram de madeira, havia grande quantidade de tecidos e retalhos, e a instalação elétrica era precária. Na hora do incêndio, algumas portas da fábrica estavam fechadas. Tudo contribuía para que o fogo se propagasse rapidamente.
De acordo com estudos científicos publicados na Revista de Estudos Femininos, a fábrica empregava 600 trabalhadores e trabalhadoras, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, jovens de 13 a 23 anos. Morreram 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, na maioria judeus.
A comoção foi imensa. No dia 5 de abril houve um grande funeral coletivo que se transformou numa demonstração trabalhadora. Apesar da chuva, cerca de 100 mil pessoas acompanharam o enterro. Assim, em homenagem as mulheres que morreram neste incidente, ficou instituído o dia da mulher.
DIA DELAS
Neste dia, as ruas das principais cidades do Brasil recebem protestos por igualdade salarial. Além disso, há debates contra a criminalização do aborto e a violência contra mulher.
De que serve termos um dia internacional em nossa homenagem, se diariamente nossas mulheres são diminuídas e violentadas fisicamente, psicologicamente e sexualmente? Quantas Tatianes, Camilas, Francielys, Carols, Rosanes e tantas outras, não poderão erguer a voz neste domingo (8) em busca de reconhecimento, respeito e igualdade.
O Dia das Mulheres não pode ser reduzido a um modelo hierárquico de uma sociedade de indiferença. Assim como, não deve ser reflexo de intolerância. Que o dia, repleto de atividades destinadas à elas, sirva para trazer a tona uma reflexão profunda. Qual a origem da violência? Melhor que isso, quais são as pequenas ações [violentas], diárias que as mulheres ao nosso redor enfrentam de maneira tão, eu diria, natural?
Que possamos criar mulheres fortes, e não perfeitas. Feliz dia para nós, mulheres!
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