As segundas feiras por natureza têm para mim, um gosto amargo e preguiçoso, mas sinto que os últimos começos de semana têm um pouco pior do que os demais. Nem o futebol, que salvou tantas vezes o meu fim de semana e me rendeu boas e proveitosas reflexões e discussões na segunda-feira, consegue me animar nesses dias, pelo contrário. Isso porque, talvez Sheik, Valdivia, Neymar,Elias e alguns outros estejam certos decretando o fim do futebol divertido e afirmando: O futebol ficou muito chato !
Não me desencantei com a bola rolando, com os dribles e os gols. Cansei sim do que acontece fora das quatro linhas e ganha o espaço da pelota nas manchetes e rodas de discussão. É extremamente desanimador ter de discutir a reposição de bola dos bandeirinhas, as brigas fora dos estádios, a comemoração característica de um jogador, as fotos em redes sociais e a arbitragem e seus erros cada vez mais capitais e frequentes.
No mundo real das notícias esportivas, que mais parece à editoria de “famosidades”, Emerson Sheik e sua polêmica foto “bombam” na mídia. Enquanto isso a grande e regular campanha de Botafogo e Cruzeiro, a crise de São Paulo e Santos, ou até a briga no G4 e no meio da tabela são assuntos apagados.
Mas nem sempre foi assim, durante algum tempo vivi em um mundo onde a história era diferente, foi nesse lugar onde aprendi a gostar de futebol. Nesse lugar cresci com as histórias e mitos sobre defesas, dribles , gols, vitórias, derrotas e títulos. O mundo do futebol era uma bola, e só a bola importava. Os fatos e marcos que entravam para a história eram escritos com suor, sangue e com os pés, tudo dentro do mágico carpete verde e não em redes sociais por ai.
Talvez eu seja apenas um sonhador e não percebi como tudo mudou, talvez seja um Thomas More dos gramados com meus pensamentos utópicos sobre o esporte bretão, mas como gostaria de ter de volta as minhas segundas feiras de futebol puro e simples.