A pandemia do novo coronavírus afetou o transporte terrestre e aéreo no mundo. E quando se fala em viagens e turismo, não tem como deixar de fora os meios de transporte e hotéis. Passagens e pacotes de viagens sendo cancelados. Aeroportos vazios. Ninguém quer viajar mais por enquanto devido o risco de contaminação.
No começo de dezembro do ano passado, ninguém cogitava uma possível crise global. Pelo contrário, muitas pessoas fizeram planos, planejaram viagens de férias e a negócios. Foi assim, com a policial Alessandra da Silva e com outros tantos mundo afora.
Sempre que pode, Alessandra reúne sua família e viaja para algum canto do Brasil. Em dezembro, ela e a prima compraram em uma agência de Guarapuava, um pacote para Porto Seguro. Buscando fugir da alta temporada, ela marcou a viagem para esta terça (24).
Segundo Alessandra, seriam oito dias de puro desfruto. “Estava tudo certo. Eu já havia reservado este período para poder descansar e relaxar um pouco da correria do dia a dia”.
Entretanto, ela e centenas de milhares de pessoas tiveram que remanejar viagens e férias em decorrência do novo coronavírus.
Turismo
De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), neste mês a taxa de cancelamento de viagens atingiu 85%. Além de lidar com pedidos de reembolso, a receita tem sido próxima a zero nos últimos dias em alguns casos. Em nota, a entidade considera que “os impactos imediatos já preocupam a sustentabilidade dos negócios, uma vez que não há previsões de novos faturamentos”.
Em Guarapuava, o cenário não é tão comprometedor. As agências de viagens estão trabalhando com as operadoras para que o cancelamento seja a última opção. Para Jussara Klososki, proprietária da agência ViajarMais, “se pudêssemos comparar, para o setor do turismo esta crise já pior do que a vivenciada em 2009 com a H1N1. O novo coronavírus veio em efeito dominó”.
Assim, conforme Jussara, as viagens internacionais foram postergadas para o próximo semestre. “Os voos e pacotes de viagens nacionais foram adiados para maio”.
A estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que somente na primeira quinzena de março, o volume de receitas do setor de turismo brasileiro caiu 16,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Isso representa uma perda equivalente a R$ 2,2 bilhões, segundo a CNC. Hoje, o Brasil está com as fronteiras fechadas com todos os países vizinhos, à exceção do Uruguai.
Para Maria Tereza, agente de viagem da CVC de Guarapuava, “a perspectiva do setor é a pior a possível”. Em Guarapuava, as agências de turismo ainda não têm o impacto calculado, mas o trabalho para desmontar os planos com as companhias aéreas e a rede hoteleira tem sido diário. Por hora, a CVC está adiando todos os voos e pacotes para setembro deste ano.
Crise
Segundo a CNC, apesar das medidas econômicas emergenciais adotadas no mundo para barrar a Covid-19, a queda no fluxo de passageiros tende a impor severas perdas ao turismo. Porém, a crise atinge também quem não estava pensando em férias, mas havia se programado para ir a eventos, comemorar aniversários e participar de congressos acadêmicos.
De acordo o empresário Roberto Küster, “há pelo menos 10 dias, já a informação de cancelamento de reservas em hotéis de Guarapuava e Região em decorrência do novo coronavírus”. Assim, Küster decidiu por fechar o hotel na última sexta (20), respeitando as determinações do Governo do Estado.
A direção do Küster Hotel, da CVC e da ViajarMais, informaram que estão ofertando todo o suporte possível por meio de mensagens, ligações por telefone, realocações e ajustes necessários que se encaixam nas agendas dos seus clientes.
Por fim, Associação Brasileira de Agências de Viagens afirmou que esta é a “maior crise vivenciada pelo setor na era atual” e disse prever “um altíssimo índice de falências entre as empresas relacionadas ao turismo, resultando em milhares de pessoas desempregadas e impactos diretos e indiretos no PIB brasileiro”.
Direitos
Conforme o Procon do Paraná, os consumidores devem ficar atentos aos direitos de cancelamento e reembolso das viagens aéreas ao exterior em casos como alertas sobre riscos de saúde. Entretanto, os procedimentos das companhias, têm sido influenciados pelos pronunciamentos da OMS.
De acordo com a chefe do Procon-PR, Cláudia Silvano, “o consumidor deve abrir reclamação e apresentar todos os documentos relativos à contratação e compra da passagem, para que Procon possa dar abertura do processo administrativo e prosseguir no pedido de retorno do valor pago”.
(*Com informações da Agência Estadual de Notícias e o Portal Uol)
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