22/08/2023
Guarapuava

O naipe do baralho – Parte 2

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O Brasil está cheio dessa gente que ganha muito bem pra paparicar a bandidagem. Gente que diz sandices mil. E todas essa sandices apresentam-se empavonadas com o bom e velho judidiquês sociologicamente afetado.

No parlamento, nas redações, nas cátedras, púlpitos, cadeiras e tutti quanti, sempre há muitos dessa estirpe que, em boa parte dos casos, sejamos francos, não sabem o que fazem. Não mesmo.

Os promotores desse tipo de lorota intelectual, em muitíssimos casos, fazem isso crendo piamente que estão defendendo as classes populares. Creem mesmo.

Pois é. Essa gente é tão avoada que chega dar náuseas só de imaginá-las dizendo o que dizem. Elas, sem querer querendo, acabam caracterizando as pessoas humildes como criminosos em potencial crendo que estão defendendo-as.

É ridículo. Tô sabendo. Mas é isso que está subjacente a fala politicamente corretíssima da turma boazinha.

É, de fato, o cúmulo da alienação. Mas é assim mesmo que essa gente criticamente age.

E tem outra: esses ditos cujos defensores do povo nunca foram conversar com as vítimas dos crimes – que, em sua maioria, são pessoas da classe trabalhadora – só pra ver o que elas acham de suas ideias de bolha de sabão sobre a criminalidade. Seria interessantíssimo que elas fossem com o coração aberto para ouvi-las. Ah! Como seria!

Seria, mas não vão não. Elas não o fazem porque, no fundo, boa parte dessa gente não está nem um pouco preocupada com o bem estar das vítimas.

O que, de fato, lhes encanta os olhos é que elas pareçam progressistas e bonitinhas para narcisicamente sentirem-se bem, mui bem, junto dos pares de sua patotinha, pouco se importando com as consequências nefastas de suas ideias sobre as pessoas que elas afirmam defender.

Resumindo o entrevero: esse tipo de alienação pode até render muitos pontos frente a gente chique e inteligente, mas destroça violentamente a vida das pessoas que tem de conviver diariamente com a impunidade da bandidagem que torna as classes populares reféns duma situação gerada por ideias criminosas sobre a criminalidade.

Ponto. E tenho dito.

*Dartagnan da Silva Zanela é professor, cronista e bebedor de café

Conheça mais em 
http://dartagnanzanela.webcindario.com/ e também no blog http://zanela.blogspot.com/
 

Cristina Esteche

Jornalista

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