O Parque do Lago está poluído pelo lançamento de esgoto nas águas

Da redação (Carlos Fernando Huf) – Um dos melhores cartões postais da cidade está com sérios problemas. Um dos três córregos que abastecem o Parque do Lago, o da face norte, é uma verdadeira cloaca a céu aberto, desde que o parque existe. Mas o esgoto que ele lança no lago nunca apresentou um visual e um cheiro tão repugnantes como agora. Os usuários da pista de Cooper, e os que ao fim da tarde gostam de apreciar os cardumes de tilápias (só o que restou da fauna aquática, depois que alguém teve a brilhante idéia de colocar esse peixe ali), estão tendo que segurar a respiração ao passar pela ponte.
O que chama a atenção é que os outros dois córregos, que entram pela face leste, têm desde o início a água relativamente limpa. Por quê a gritante diferença?
O ex-prefeito Nivaldo Krüger, em cuja última gestão foi feita a barragem e enchido o lago, explica. Na época, enquanto a barragem era construída, a Prefeitura fez uma varredura ao longo de ambos, e localizou as residências que jogavam esgoto diretamente nos córregos. O processo, que consistia em jogar tinta nos vasos e pias, foi demorado, porque exigiu inclusive medidas judiciais para autorizar a entrada nas casas, e depois para exigir a regularização.
Pela óbvia demora do processo, a gestão terminou e a obra ficou inacabada, sendo completada apenas oito anos depois – sem a varredura do córrego em questão, justamente o que atravessa a região mais densamente povoada da cidade. E desde então, todas as administrações seguintes ignoraram o problema.
O que significa que dezenas, talvez centenas, de moradores da parte “nobre” da cidade continuam, tranquilamente, jogando seu esgoto num curso d’água diminuto, que vai poluir um parque no centro da cidade, e o resto da população que se dane.
As perguntas são duas: até quando, e quem é o responsável? Como a primeira parte foi feita pela Prefeitura no longínquo 1988, presume-se que a responsabilidade continue sendo a própria. Mas como se trata de esgoto, não cabe responsabilidade também à Sanepar? E como a questão envolve saneamento básico e saúde pública, não é responsabilidade também do Ministério Público?
A população espera que alguém se mexa. Porque se a coisa tá preta – e fedida – agora no inverno, imaginem quando chegar o verão!