Bares cheios, festas animadas, copos que passam de mão em mão. As pessoas riem alto, se abraçam, namoram, se encontram, enquanto a música soa alto. Entretanto, tudo estaria normal, se não estivéssemos vivendo uma das piores crises mundiais de saúde pública. O novo coronavírus está aí, mais forte do que nunca, aproveitando a fragilidade egocêntrica do ser humano. Na maioria, raros são aqueles que se importam com o próximo. Mesmo que este seja o pai, a mãe, o irmão, os avós. A realidade atual está nos mostrando isso.
Basta caminhar pelas ruas da cidade e ver que a máscara se tornou um acessório para usar dentro da bolsa, no bolso, ou no queixo. Colocá-la no rosto, só se for para entrar em locais onde a exigem. Como se o vírus não ‘bailasse’ pelo ar.
Entretanto, o que se percebe é que enquanto autoridades convivem com a explosão diária de casos, falta à população entender a gravidade da pandemia. Em Guarapuava, por exemplo, segundo o secretário de saúde, Jonilson Pires, uma pessoa infectada contamina outras 62. Assim sendo, será que dá pra calcular os números que passam a compor esse círculo vicioso? É possível perceber a responsabilidade que temos um sobre a vida do outro? Será que possível parar para um momento de reflexão e perceber é muito mais fácil dar as mãos pela prevenção do que pela contaminação?
Será que é tão difícil entender que o Planeta está doente. Que a Terra está deixando de ser azul para ser manchada pela cor da perda, da dor? Será que é tão difícil reconhecer que desta vez, não é como nas últimas vezes.? Que não se trata de HN1, nem dengue, ou de febra amarela que aliás, já estão por aí de volta? Estamos ‘mergulhados’ numa pandemia, estamos convivendo com um vírus que vai e volta. Um mal que se fortalece no egoísmo humano. No descaso de quem prefere olhar para o próprio umbigo, sem estar disposto a mudar o comportamento, o modo de vida.
Mas agora, mais do que nunca, a sociedade – e fazemos parte dela- precisa mudar, evoluir. São novos tempos. São novos vírus que corroem a vida. E se não houver fraternidade, se prevalecer a ausência de novos conceitos, de conscientização sobre a necessidade de mudanças, estamos fadados a morrer. Por covid-19? Não, pelo nosso próprio egoísmo.