22/08/2023
Cotidiano

O Poder da Solidariedade

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Texto e Fotos: Lizi Dalenogari

Para encerrar o ano de 2014 nada como se emocionar com bons exemplos. Durante a maior enchente da história de Guarapuava, em junho, que atingiu praticamente todo o município e mobilizou os guarapuavanos, destacamos uma das tantas histórias de solidariedade.

Janete Lulek e seu filho Leonardo Lulek Santos, moram na Vila Bela há pouco mais de 6 anos. Na noite de 08 de junho tinham acabado de chegar da Igreja e quando se preparavam para deitar ouviram o borburinho na rua. Leonardo saiu na janela e o que viu iria marcar sua vida e de sua mãe para sempre.

Pessoas gritavam pelas ruas e a água acabava de invadir a sua garagem. "Foi tudo tão rápido. Quando vimos a enxurrada já invadia nossa casa. Questão de 2 minutos, no máximo, estávamos com a água pela cintura. Em um instante, praticamente tudo que tínhamos estava debaixo d'água," conta emocionada Janete.

Como ela mesmo conta, a "ficha" de tudo o que estava acontecendo só foi cair no outro dia. "Só conseguia chorar. Vi pessoas entrando na minha casa para nos socorrer, gente que nunca tinha visto inclusive. Eles começaram a erguer as coisas. Aí os bombeiros chegaram e desligaram o contador e começaram a tirar as pessoas das casas e saímos também".

Eles ficaram por dois dias na casa da amiga Sandra Spyra, que os acolheu "com todo o amor do mundo". Dispensada por 3 dias do trabalho, utilizou cada minuto deste tempo para limpar sua casa. "Aqui encontrei de tudo e nas casas de baixo até cobra encontraram. Aqui tinha muito lixo, entulho, galhos que vieram com a enxurrada. O cenário era devastador", enfatiza Janete. 

Do que tinham só conseguiram salvar o sofá, que passou por uma reforma completa, a televisão que estava afixada na parede e a geladeira que também foi erguida pelos vizinhos a tempo. "Meus documentos pessoais e do meu filho por sorte estavam dentro da minha bolsa, pendurada no trinco da porta e por pouco a água não alcançou. Foi sorte".

CORRENTE SOLIDÁRIA

Quando chegou no trabalho seus patrões e colegas já haviam se movimentado com venda de rifas, e com a colaboração dos clientes que não hesitaram em comprar para colaborar, uma boa quantia em dinheiro foi levantada, além da doação de roupas de cama, louças, utensílios domésticos.

"Todo o tipo de apoio eu recebi, por isso digo que nunca podemos dizer que estamos sozinhos quando temos almas solidárias ao nosso redor. Meu filho vai levar prá vida este aprendizado maravilhoso", conta Janete.

Em 3 meses reconstruiram a casa toda e tudo ficou melhor do que era, segundo Janete. Foram mais de 6 mil reais de prejuízo que foram supridos, com a ajuda dos clientes, colegas de trabalho, seus patrões da Royale. "Não precisei levantar meu FGTS. Eles são anjos na nossa vida. Aqui na minha casa hoje tenho muitas marcas de pessoas solidárias. Tudo pode ser reconstruído se não perdermos a fé em Deus e formos solidários uns com os outros", destaca Janete. Que seja um aprendizado a ser aplicado por todos nós em 2015.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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