22/08/2023

O polêmico Mr. Catra!

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Guarapuava se prepara para receber o Mr. Catra, considerado o funqueiro mais polêmico do Brasil. Seu estilo de vida, a maneira como vê a vida, as letras (nuas e cruas) que retratam o submundo da hipocrisia, fazem qualquer José Feliciano ranger os dentes. 
A sua música é boa? Há quem goste… e como tem. São jovens de todas as idades e dos vários grupos sociais. Basta ver o número de compartilhamentos em matéria do Facebook da REDE SUL DE NOTÍCIAS e a procura por ingressos para o show nesta quarta-feira (1º. de maio), em Guarapuava.

Numa análise bem superficial a partir de informações que busquei sobre o Mr. Catra posso perceber que ele é uma pessoa livre, sem preconceito que contraria dogmas, regras, indo na contramão de que tudo é convencionado.

Nascido em berço de ouro, advogado, conhece de sobra a hipocrisia que envolve a chamada “alta sociedade”, (nunca vi um termo mais ultrapassado do que esse), como cantam os “manos”. Acredito que tenha sido por isso que preferiu jogar tudo para o alto e conhecer a realidade da favela. A “imundice” escancarada, sem máscaras, estampando a realidade …. ou seria, a verdade?….. nua e crua que fere os olhos, que detona os ouvidos. Há exageros? Claro que existe. A letra é pobre de poesia? Mas quem conseguiria essa inspiração num ambiente degradável exposto pelas mazelas da sociedade em todos os seus segmentos?

Mr. Catra sabe muito bem disso e está conseguindo tirar proveito midiático ao encarnar a polêmica, ao falar palavrões, ao abordar temas como a prostituição, as drogas, sem medo; ao arrepiar os cabelos dos ditos conservadores. Será que são apenas eles?

Além disso, enquanto no Brasil o sistema matrimonial “oficial” vigente é monogâmico, Mr. Catra propaga a poligamia ao anunciar que possui quatro mulheres e que uma sabe da outra, concubinas e 24 filhos. Aliás, ele também é poliglota ao falar quatro idiomas. Mas a linguagem que ele sabe usar com influência atingindo a todos, embora de forma diferenciada, é aquela que escracha, que choca.

Pra quem gosta, um prato cheio. Afinal, vai assistir quem quer; ouve quem curte; dança quem se embala com a batida do funk. Quem não gosta, que se recolha. Não estamos mais na era da ditadura em que tudo era proibido; as pessoas, banidas. E afinal de contas, se colocarmos na balança muito do que se toca por aí, vamos ver que a diferença não é tão grande assim. Mas o respeito à liberdade de cada um, acima de tudo.

E quanto a mim…bem….. prefiro "caetanear"….

Cristina Esteche

Jornalista

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