22/08/2023

O povo quer mais, muito mais. Quer o que lhe é de direito

O desejo do povo é um “saco sem fundo”. As pessoas se  acostumam com as conquistas e querem mais, muito mais. Nessa ânsia imediatista se esquecem das coisas boas que foram feita a seu favor e elegem novas demandas, outras prioridades e não sabem esperar. Quem prometeu em época de campanha tem que cumprir. Principalmente, quando as promessas mexem no bolso. Um exemplo disso são as manifestações que “pipocam” Brasil afora e que chegam a Guarapuava neste sábado (22), às 10 horas na Praça Cleve. Se vai ter uma, 10 ou 1.000 manifestantes, não interessa. O que importa é que o povo acordou, levantou do berço esplêndido e saiu às ruas para gritar a sua angústia, mas acima de tudo, exigir seus direitos. As pessoas têm o direito de se manifestar contra aquilo que acham errado, contra aquilo que incomoda. É lógico que no período de eleição essas coisas ganham uma dimensão. E as eleições do ano que vem já estão na rua e mexem com o país, com as várias camadas sociais. Uns querem preservar o que estão ganhando; outros querem recuperar o que dizem ter perdido. Nessa medição de forças o jogo de interesses fala mais alto e quem está perdendo faz de tudo para mudar o jogo.

Sabemos que as manifestações de rua, principalmente, em São Paulo, onde tudo começou, aparentemente contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, são um exercício da democracia, mas hoje extrapolaram esse mote, querem dizer muito mais. O povo reivindica melhoria na saúde pública; critica investimentos para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo. Ele quer a solução para problemas urgentes, aquilo que está na sua “pele”, que o afeta no cotidiano, ainda mais quando são coisas que lhe foram prometidas. Mexer com a esperança do povo não é brincadeira. Despertar nele a expectativa de que a sua vida vai melhorar é uma coisa muito séria. Costumo dizer que hoje o maior adversário de prefeitos, governadores, presidente, é a esperança que foi despertada nas pessoas. E aí, a cada dois anos, tudo isso se mistura, vai enchendo o pote com novas promessas, com  novos ataques, como novas estratégias. Quando tudo isso extrapola não existe fórmula mágica que possa colocar o povo de novo na inanição. O eleitor hoje está mais experiente, mais ativo, mais exigente, mais plugado. Que o digam as redes sociais que se constituem hoje no maior canal de interação pessoal. Em poucos segundos tudo é conectado, articulado. Em um click a notícia está no ar ganha projeções imediatas e incalculáveis, assim como colocar milhares de pessoas nas ruas pelos quatro cantos do país.

É bom os políticos se conscientizarem cada vez mais sobre isso e terem a consciência de que mexer com a esperança do povo é se sobrepor ao medo e despertar um dragão adormecido mostrando que "um filho teu não foge à luta".

Cristina Esteche

Jornalista

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