Se as declarações e ações recentes da senadora Gleisi Hoffmann, ‘presidenta’ do PT, refletem o estado de ânimo do Partido dos Trabalhadores, depois da condenação de Lula a 9 anos e meio de prisão por corrupção, podemos suspeitar do estado mental do PT.
Vamos rememorar. Depois de patrocinar um grotesco piquenique, com direito a marmitas, de senadoras rebeladas na Mesa do Senado, Gleisi partiu para a Nicarágua onde proferiu um discurso espantoso no Foro de São Paulo, encontro de líderes esquerdistas que tramam há décadas contra a democracia na América Latina.
Gleisi envergonhou o Brasil ao apresentar um discurso de esquerdismo desvairado na Nicarágua. Até mesmo os velhos e empedernidos conspiradores contra a liberdade do Foro de São Paulo ficaram perplexos com o discurso da ‘presidenta’.
Gleisi fez elogios rasgados a Nicolás Maduro, o homem que arruinou a economia e destruiu o que sobrava da democracia na Venezuela; que encarcera oposicionistas e armou correligionários para atirar para matar nos adversários do regime (só nos últimos três meses foram 90 assassinados), como se fosse um grande democrata, cercado por golpistas. “O PT manifesta sua total solidariedade ao governo Maduro”, proclamou Gleisi.
A senadora elogiou também Ernesto Che Guevara, hoje visto muito mais como um psicopata homicida e péssimo gestor, do que como o idealista cultuado pela esquerda. Para Gleisi, no entanto, ele foi um grande herói. “Comemoramos também o cinquentenário da queda em combate e o assassinato posterior do guerrilheiro heroico, o comandante Ernesto Che Guevara”.
Em sua marcha rumo ao equívoco e ao atraso, Gleisi também se solidarizou com a ditadura cubana. “Aproveitamos para manifestar nosso irrestrito apoio e solidariedade aos companheiros do Partido Comunista Cubano e ao povo de Cuba”.
A senadora qualificou um eventual impedimento da candidatura de Lula, devido a condenações judiciais por corrupção, como uma “judicialização golpista” da política. Esquecida que ela própria é ré por corrupção e foi denunciada por recebimento de propina por 7 delatores da Lava Jato, desfiou um “raciocínio” que resulta que criminosos com cacife eleitoral não podem ser condenados ou impedidos de participar de eleições.
“Estamos frente à ofensiva de judicialização da política em todo o Continente, e no Brasil a intenção é destruir o PT e impedir que o maior líder popular brasileiro, Lula, seja nosso candidato nas eleições presidenciais de 2018, pois sabem que a possibilidade de sua vitória é enorme”, disse. Como se o fato de Lula ainda ter eleitores o tornasse inimputável.
Gleisi também constrangeu o Brasil ao chamar o juiz Sergio Moro, de quem a maioria dos brasileiros tem orgulho, pela firmeza que demonstrou no curso da Operação Lava Jato, de “covarde” por ter tido a coragem de condenar Lula por corrupção.
Com seus desatinos, Gleisi está provocando mais estragos na imagem do Partido dos Trabalhadores do que os causados por seus piores adversários. Se o PT não enxerga essa realidade perdeu, além de qualquer referência ética, o juízo.
(*) Ademar Traiano é presidente da Assembleia Legislativa e presidente do PSDB do Paraná