22/08/2023

O reverso da medalha

Guarapuava não é mais aquela.  Nas ruas, nos bares, nas lojas, nos locais públicos, as pessoas não se conhecem mais. Entendo que esse é um parâmetro para medir o crescimento populacional da Terra de Guairacá, aquele mesmo que um dia proclamou que “esta terra tem dono”. E continua tendo. Se tornou uma “mãezona”, que acolhe os filhos vindos de todas os lugares em busca de qualidade de vida. Tudo bem. Guarapuava oferece para quem possui qualificação; para quem não está capacitado para enfrentar o mercado de trabalho, a cidade oferece ensino técnico, cursos profissionalizantes, ensino superior. E por aí vai.

Guarapuava cresce, sim, a olhos vistos. Mas o crescimento traz ônus e bônus. Se estamos vivenciando um novo momento, se estamos registrando o desenvolvimento, as inovações, também divulgamos as fissuras que envolvem a segurança pública. As fugas constantes de presos da Cadeia Pública e gora, de forma inédita, da PIG, a penitenciária industrial que já foi modelo para o País, mostram que algo está errado nesse setor. Bandidos de alta periculosidade continuam soltos; sequestros estão acontecendo; furtos e roubos já se tornaram crimes cotidianos há muito tempo; o tráfico de drogas até denomina localidades na cidade como a “crackolândia”, ali entre o Bairro Bonsucesso e o Alto da XV de Novembro. Até parece que todo cidade que se preze tem que ter uma vila com esse nome. E nisso aí uma coisa me intriga: se os órgãos da segurança pública sabem que existe um lugar com esse nome por que não existe um combate efetivo nesse local?

Amargamos lugar de destaque no ranking da violência contra a mulher, mas mesmo assim não possuímos uma delegacia aparelhada e nem titular. A situação é preocupante e a Secretaria de Políticas Públicas Para Mulheres e entidades afins se unem, criam rede, fazem o que podem, mas quando chega lá na ponta, emperra.

O fato é que a cidade cresce, mas muitas coisas não acompanham esse crescimento. Como resultado a sociedade fica acuada perante a ação diária de bandidos, que fogem, roubam, matam, sequestram, estupram, “engaiolando” as pessoas, ferindo a liberdade, aterrorizando o dia a dia.

Cristina Esteche

Jornalista

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