Desde que se espalharam as notícias de que a Presidente Dilma importaria médicos, principalmente, cubanos, tenho ouvido os mais diversos absurdos. Trabalho escravo institucionalizado, incompetência, e tantos outros que nem me convém perder tempo citando. Até o cúmulo de que a abertura para cubanos seria um aceno para o PT deflagrar uma revolução a estilo cubano no País. Nunca ouvi tanta balela, confesso.
O que aconteceu é que o governo brasileiro identificou que a saúde pública é o principal motivo de angústia dos brasileiros; que faltam médicos não apenas nas cidades de localizadas nas regiões mais pobres do país; que a cultura médica brasileira é excludente, corporativista, reacionário e por aí vai, embora, felizmente, sempre haja exceção.
Mesmo sob os gritos da classe, a Presidente Dilma, como boa estrategista, primeiro recuou, mas depois ousou e os médicos estrangeiros, entre os quais, os cubanos estão ai, ou melhor, aqui. Foram recebidos de braços abertos e desconhecem a maneira hostil e até grosseira como seus compatriotas, os primeiros a chegarem na terra brasilis, foram tratados por uma parte da mídia e entidades médicas brasileiras.
O melhor de tudo, porém, é o entendimento do prefeito Cesar Filho a partir de conversas com os novos médicos. Num depoimento durante o Congresso Municipal do PPS neste sábado em Guarapuava ele não se furtou ao que pensa. Disse que está tendo uma lição de humildade e de amor à profissão. Ser médico para eles é uma missão, um sacerdócio. Eles querem estar no meio do povo pobre. Ir às casas, saber o que o seu paciente come, que bicho ele tem em casa, como ele vive, para poder ter um diagnostico preciso. Um deles me disse que todos estão aqui para darem amor à população que atendem”.
Para os cubanos a medicina não é apenas uma profissão que vocacionados escolhem para status, dinheiro. Para eles, a medicina se caracteriza pelo humanismo e pela solidariedade, e não pelo lucro.
Para eles, a medicina se caracteriza pelo humanismo e pela solidariedade, e não pelo lucro. Em Cuba, a medicina se traduz no compromisso de cuidar das pessoas, não importa onde. Médicos cubanos estão atuando, através de convênios como o que foi feito com o Brasil, em mais de 60 países, desde os desenvolvidos Canadá, França, Itália e Alemanha, até nações paupérrimas da África e da Ásia, além de todos os países da América Latina.
Entendo que são questões como essas que amedrontam, que impõem barreiras, que provocam o preconceito, porque vai ser muito fácil a comparação e a diferença.