Torre de Babel, Casa da Mãe Joana, quintal sem dono, terra sem lei. São tantas as denominações que se pode dar que fica difícil escolher a mais apropriada. Pensando bem, todas cabem para definir hoje um quebra-cabeça mal elaborado no qual as peças não se encaixam, os homens não se entendem. A ordem do dia é um passar por cima do outro, numa trama cujo emaranhado beneficia poucos, numa comprovação que para se manter no poder, o homem se torna o lobo do próprio homem. Inventa, mente, recrimina, acusa, joga a mais sórdida das jogatinas. Mas não se sustenta, porque a verdade sempre prevalece. Porque não possui ferramentas que possam sustentar as mentiras espalhadas, principalmente, entre os poucos que o seguem pelo timbre do tilintar; pela incapacidade de cultivar a honestidade; pelas habilidades de inventar justificativas para todos os erros; pelo abuso de autoridade até as últimas conseqüências.
Infelizmente, terminamos 2015 nesse compasso. Num cenário degradado por tramas, armações, extravagâncias, toma-lá-dá-cá, num espaço onde cada um fala e age como lhe convém, numa espécie de Torre de Babel. Porém, o ritmo muda conforme a conveniência, onde cada qual grita, esbraveja, bate na mesa; ora fala manso, baixinho. É como se fosse a Casa da Mãe Joana, caracterizada por um local onde cada um faz o que deseja, como se não tivesse dono e muito menos leis.
* Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança é mera coincidência.