Da Redação, com assessoria
Curitiba – As ocorrências de desastres naturais e tecnológicos no Paraná foram 37,6% menores em 2016, se comparadas a 2015. No ano passado, o Estado teve 403 desastres, contra 646 registros no ano anterior – o menor número de ocorrências desde 2011. Os dados compõem o Anuário da Defesa Civil do Paraná 2016 e foram divulgados na última quinta (16) pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. O documento reúne as informações cadastradas pelos municípios paranaenses no Sistema Informatizado de Defesa Civil.
Os vendavais associados à incidência de chuvas foram as ocorrências mais comuns no Estado, com 109 eventos em 2016, 79% do total. Em seguida, estão as enxurradas (91), granizo (51), alagamentos (45) e deslizamentos (23). Também foram registrados 29 desastres tecnológicos, a maior parte relacionada a acidentes com produtos químicos e cargas perigosas nas rodovias, com 16 ocorrências. Os desastres causaram R$ 821 milhões de prejuízos públicos e privados.
O levantamento mostrou que 378.210 pessoas foram afetadas por esses eventos no ano passado, das quais 8.528 ficaram desalojadas, 540 desabrigadas e 137 feridas. Enquanto o número de afetados foi 11,15% menor que o registrado em 2015, o número de óbitos foi maior em 2016, com 45 mortes. A alta se deve, principalmente, à morte por doença infecciosa viral, que também é contabilizada pela Defesa Civil.
“Mesmo com a diminuição dos desastres, que é algo positivo, ainda temos um número significativo de pessoas atingidas. Por isso, não podemos relaxar no processo de prevenção nos municípios”, afirmou o coordenador executivo da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Edemilson de Barros.
MUNICÍPIOS
Dos 399 municípios paranaenses, 190 foram atingidos por algum tipo de desastre no ano passado. São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi a cidade com o maior número de ocorrências: 17. Curitiba vem na sequência, com 15 ocorrências, seguida por Francisco Beltrão (Sudoeste), Maringá (Noroeste) e Quatro Barras (RMC), com nove cada. As regiões Noroeste e Norte do Paraná concentraram a maior quantidade de desastres, com 57 e 56 ocorrências, respectivamente.
A Defesa Civil Estadual mantém ações continuadas de prevenção nos municípios. O Paraná é o único estado brasileiro em que 100% das cidades contam com um Plano de Contingência, que mapeia as áreas de risco e todos os recursos e meios disponíveis para fazer frente aos desastres.
“Quando o município conhece suas vulnerabilidades, é mais fácil trabalhar de forma preventiva. As administrações podem, inclusive, incluir em seu Plano Diretor as áreas de atenção, para que, no futuro, as obras sejam executadas para diminuir o risco de desastres”, explicou o tenente-coronel Barros.