Após afirmar que a contaminação a partir de pessoas assintomáticas seria “rara”, a infectologista Maria Van Kerkhove – responsável técnica pelo time de combate à covid-19 da Organização Mundial da Saúde (OMS) – esclareceu hoje (9), em uma entrevista especial, que houve um mal-entendido sobre a fala.
Ela afirmou que recebeu muitas mensagens pedindo esclarecimentos sobre alguns argumentos que usou na noite anterior na coletiva de imprensa. “Acho importante esclarecer alguns mal-entendidos sobre minha fala de ontem (8). O que sabemos sobre transmissão é que, [das] pessoas que estão infectadas com covid-19, muitas desenvolvem sintomas. Mas muitas não. A maior parte da transmissão conhecida vem de pessoas que apresentam sintomas do vírus e passam para outras através de gotículas infectadas. Mas há um subgrupo de pessoas que não desenvolvem sintomas. E, para entender verdadeiramente esse grupo, não temos uma resposta concreta ainda. Há estimativas de que o número gire entre 6% a 41% da população. Mas sabemos que pessoas que não têm sintomas podem transmitir o vírus”.
De acordo com a Agência Brasil, a médica fez questão ainda, de frisar que há diferenças entre “pré-sintomáticos” – aqueles indivíduos que foram infectados, mas que ainda estão na fase de incubação do vírus – e “assintomáticos” – os indivíduos que, apesar de infectados por um período mais longo de tempo, não desenvolveram nenhum sintoma clássico da doença.
O que fiz referência ontem, durante a coletiva de imprensa, foi a poucos estudos, dois ou três, que foram publicados e tentaram seguir casos assintomáticos. Eu estava apenas respondendo a uma pergunta [feita por jornalistas], não estava declarando qualquer mudança de abordagem da OMS. Nisso, usei a frase ‘muito rara’, mas isso não quer dizer que a transmissão vinda de pessoas assintomáticas seja ‘muito rara’ globalmente.
CASOS NO ESTADO
Sobre os índices de casos assintomáticos no Estado do Paraná, a Secretaria de Saúde afirmou que recebe informações diárias das Secretarias municipais somente dos casos confirmados, e que não possui dados sobre as ocorrências de casos deste tipo no Estado.
O Portal RSN, buscou informações sobre a incidência de pacientes sem sintomas registrados pela Secretaria de Saúde de Guarapuava. Desse modo, a assessoria da prefeitura afirmou que a cidade não tem registros de pacientes assintomáticos, uma vez que os testes são aplicados apenas em pessoas que apresentem sintomas da doença.
Isso não significa que Guarapuava não tenha pacientes assintomáticos. Por isso a necessidade de manter a prevenção como uso de máscara e limpeza das mãos, além do distanciamento social.
CASOS EM GUARAPUAVA
Nesta terça (9) a Saúde de Guarapuava registrou a primeira morte em decorrência da covid-19. O paciente se tratava do médico Clovis Gorski, de 72 anos. Ele estava internado na UTI do Hospital São Vicente.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria, são 49 pacientes confirmados em Guarapuava. O avanço da covid-19 no Estado, divulgado diariamente pela Sesa, afirma que em sete dias, a doença avançou 40% e já chegou a 70% dos municípios paranaenses.
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