domingo, 29 de jun. de 2025
Cotidiano Em Alta Paraná

Onda de frio que se aproxima requer cuidados com agricultura

O frio intenso poderá causar prejuízos em explorações agrícolas. Para minimizar os danos, produtores podem adotar medidas preventivas

IDR-Paraná reforça cuidados em culturas mais sensíveis por conta da onda de frio (Foto: Ana Tigrinho/Arquivo AEN)

O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) informam que uma intensa massa de ar polar deve atingir o Estado a partir dos próximos dias, provocando queda acentuada nas temperaturas em todas as Regiões.

Dessa forma, o frio intenso poderá causar prejuízos em diversas explorações agrícolas, como hortaliças, tomate, milho, café, pastagens e frutíferas tropicais. Para minimizar os danos, produtores podem adotar algumas medidas preventivas, conforme a orientação das equipes técnicas do IDR-Paraná.

O Alerta Geada é uma ferramenta que auxilia os produtores e atende diversas atividades agropecuárias – avicultura, suinocultura, horticultura e silvicultura, por exemplo. Ele ainda beneficia outros setores da economia, como turismo, comércio, mercado financeiro e construção civil.

Durante a vigência do serviço, pesquisadores do IDR-Paraná e do Simepar divulgam diariamente boletins com informações sobre as condições do tempo e a evolução de massas de ar polar no Estado. Sendo assim, quando há previsão de massas de ar frio com potencial de causar danos, o IDR emite e divulga com atecedência um alerta.

CAFÉ

Em relação ao café, nos plantios novos, com até seis meses de campo, recomenda-se o enterrar as mudas para proteção contra o frio. Os produtores devem proteger os viveiros com várias camadas de cobertura plástica ou com aquecimento, sendo possível adotar as duas medidas simultaneamente. A proteção deve ser retirada assim que a massa de ar frio se afastar e o risco de geada cessar.

Para lavouras com idade entre seis meses e dois anos, a orientação é amontoar terra no tronco das plantas, até o primeiro par de folhas. Esta proteção deve permanecer até meados de setembro, sendo posteriormente retirada manualmente.

PECUÁRIA DE LEITE

O frio intenso também afeta diretamente a disponibilidade de pastagem, principal alimento dos rebanhos leiteiros. Por isso, é fundamental reforçar a alimentação com volumosos, como o feno, e, principalmente, com concentrados, que ajudam os animais a manter a temperatura corporal e a compensar o maior gasto energético.

As bezerras recém-nascidas devem receber atenção especial. Isso porque, elas ainda não conseguem regular a temperatura corporal. Sendo assim, precisam ficar em ambientes cobertos, sem correntes de vento, com feno forrando o piso e, se possível, com fontes adicionais de calor. Pode-se, ainda, utilizar mantas ou roupinhas confeccionadas artesanalmente para aquecer os animais.

As vacas próximas ao parto devem estar em áreas cobertas ou, ao menos, piquetes maternidade com feno. Além disso, deve ocorrer o monitoramento especialmente à noite, para que os bezerros sejam rapidamente secos e aquecidos logo após o nascimento.

PECUÁRIA DE CORTE

A pecuária de corte também enfrenta desafios em função da falta de pastagem, agravada por estiagens e geadas. Nessas situações, é necessário fazer o uso de suplementação alimentar, com volumosos conservados (como silagem e feno) e concentrados (milho, farelo de soja, entre outros).

É importante que o pecuarista planeje essas ações com antecedência, considerando a viabilidade econômica, já que o custo da suplementação é maior do que o do pasto. Em Regiões mais frias, o cultivo de gramíneas de inverno, mais tolerantes ao frio, pode ser uma alternativa viável.

FRUTICULTURA

Evitar a aplicação de produtos reguladores de crescimento para quebra de dormência; adotar técnicas de aquecimento com fumaça; manter a irrigação; e manter as áreas limpas são as principais recomendações para reduzir o risco de danos por baixas temperaturas.

HORTALIÇAS

Entre as medidas recomendadas estão o cultivo protegido, com fechamento adequado do entorno das estufas; a suspensão da irrigação alguns dias antes do frio mais intenso, para evitar formação de gelo sobre as folhas; e o aquecimento controlado das estufas, utilizando carvão, com monitoramento constante durante a noite e a madrugada.

Em áreas de cultivo a céu aberto, a proteção é mais complexa, mas ainda assim são possíveis algumas ações. Cobrir os canteiros com manta de TNT, utilizar aquecimento com fumaça e fazer pulverizações foliares com soluções salinas, que, quando aplicadas com antecedência, podem ajudar a reduzir o ponto de congelamento das folhas.

MILHO

As possibilidades de proteção das lavouras de milho são limitadas. Assim, a recomendação é manter as lavouras devidamente seguradas e atentem ao zoneamento de risco climático, fazendo o plantio na época recomendada, de modo a garantir a cobertura do seguro rural e reduzir os riscos de perdas.

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Julia Sansana

Jornalista

Jornalista formada em 2024 pela Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro).

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