22/08/2023
Cotidiano

ONG lança campanha pelo fim dos testes cosméticos em animais

A organização não governamental Humane Society Internacional lançou nesta segunda (10) no Brasil a campanha Liberte-se da Crueldade, para sensibilizar a população e pressionar o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) a proibir os testes de cosméticos em animais. Em reunião no próximo dia 20, o Concea  avaliará o pedido, feito em setembro pela ONG, que requereu o banimento desse tipo de teste do país. 

A campanha da ONG americana foi lançada também em outros países onde o assunto está sendo discutido, como a China, a Nova Zelândia e os Estados Unidos. Toda a União Europeia já proibiu os testes e a venda de cosméticos testados em animais – os procedimentos científicos também não são mais permitidos na Índia e em Israel. No Brasil, São Paulo foi o primeiro estado a vetar testes de cosméticos em animais, em janeiro deste ano, e ainda é o único a adotar a medida.

"São testes são muito dolorosos. Testes de toxicidade não têm anestesiantes, causam muito sofrimento e têm problema de confiabilidade. É impossível saber o efeito dessa toxicidade a longo prazo em seres humanos, que podem viver até mais 60 ou 70 anos, testando [o produto] em um animal, que vive muito menos", disse o gerente da campanha, Helder Constantino.

As alternativas aos testes em animais são o uso de pele humana e pele sintética e a combinação de células humanas com modelos computacionais. No entanto, Helder reconhece que não há métodos alternativos para todos os tipos de teste de toxicidade, como os que garantem que os cosméticos não causarão problemas reprodutivos ou de má-formação fetal.

No caso das substâncias que apresentam tais riscos, é melhor não colocar o produto à venda, recomenda. "Se ainda não há métodos alternativos a esses, o melhor é não vender. Até porque há problemas de confiabilidade".

Em seu site, o Concea informa que não há substituição para todos os tipos de teste com animais e que, por isso, vem trabalhando para tomar uma decisão a respeito: "O conselho não pode, contudo, desconsiderar os sérios riscos ainda envolvidos na completa e imediata exclusão dos animais para fins científicos, no que se refere à segurança e à saúde da população no Brasil."

A campanha inclui um vídeo que será divulgado em redes sociais e terá o reforço de uma carta assinada por 700 cientistas que apoiam a proibição. O documento deve ser publicado ainda nesta semana.

Fonte: Agência Brasil

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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