A concentração de gases na atmosfera atingiu um novo recorde em 2012 e contribuiu para uma aceleração das alterações do clima, segundo as Nações Unidas. No relatório anual sobre o efeito de estufa, divulgado hoje (6), a Organização Mundial de Metereologia (OMM) indica que a concentração de dióxido de carbono ( CO2), principal gás causador do efeito estufa, atingiu novos patamares durante 2012: 393,1 partes por milhão, 141% a mais do que os níveis registrados no período pré-industrial. O CO2 que tem origem nas emissões relacionadas ao uso de combustíveis fósseis, é responsável por 80% do aumento da concentração de gases na atmosfera.
De acordo com o relatório da OMM, essa concentração de gases – entre os quais estão o CO2, o metano e o óxido nitroso – aumentou 32% entre 1990 e 2012. O secretário-geral da organização, Michel Jarraud, disse que a presença dessas substâncias na atmosfera atingiram níveis sem precedentes e, como consequência o clima mudou.
“Desde o início da era industrial em 1750, a média da concentração atmosférica mundial de CO2 aumentou 41%; a de metano, 160%; a de óxido nitroso, 20%”, informou o relatório. Para reverter essa tendência, o secretário-geral da organização defende a redução de emissões de gases de efeito de estufa de forma substancial e sustentável.
“Caso continue a atual evolução, no final deste século, as temperaturas médias mundiais podem chegar a aumentar 4,6 graus Celsius – ou até mais em algumas partes do mundo, o que pode ter consequências devastadoras. Devemos atuar agora porque de outra forma estaremos pondo em risco o futuro dos nossos filhos, netos e gerações futuras. O tempo não corre a nosso favor”, disse Jarraud.