22/08/2023

Operário reascende a magia dos Estaduais

Durante os primeiros cinco meses do ano os campeonatos estaduais foram as principais atrações esportivas do Brasil, contudo, suas existências geram uma série de controvérsias entre os amantes da bola.

Muitas são as criticas em relação ao certame regional, principalmente por parte dos torcedores dos clubes grandes do país, e ainda mais por torcedores daqueles times que não conseguiram levantar o caneco. Muitos também são os erros e desvantagens dos campeonatos estaduais e não serão os jogos decisivos e as finais dos torneios que irão apagar isso, contudo, até mesmo o torcedor mais turrão há de concordar  que tais jogos  trazem uma atmosfera diferente de competitividade e rivalidade ainda no inicio do ano.

Se analisarmos o calendário brasileiro e o histórico das competições regionais, podemos ver que os Estaduais são quase exclusivamente a única oportunidade de clubes rivais se enfrentarem em decisões, já que diferentemente dos campeonatos nacionais e internacionais, os  Estaduais contam com a participação de equipes menores e mais frágeis, o que faz com que os clubes grandes, tradicionais e por consequência rivais se sobressaiam e sejam os favoritos a chegar as finais.

Somente por esse fator os Estaduais deveriam ser considerados grandes torneios, porém, ainda há outro elemento que torna esses certames ainda melhores: a imprevisibilidade.

Essa tal imprevisibilidade faz, por exemplo, com que times que ninguém aposta, como os pequenos clubes do interior, surpreendam os grandes e conquiste o título. Foi assim com o Ituano e Londrina em 2014 e com o Operário de Ponta Grossa em 2015.

Se para nós torcedores comuns surpresas e o inesperado já nos animam, ainda que nas novelas ou filmes, imagine só o sentimento dos verdadeiros torcedores destas equipes “pequenas” , que passam anos e mais anos sofrendo e sonhando longinquamente com uma surpresa como essa.

Há alguns dias estive em Ponta Grossa e pude acompanhar in loco o entusiasmo dos torcedores do “Fantasma” para com sua equipe. Na época, ainda na semifinal diante do Foz de Iguaçu, a possibilidade de chegar a uma final era assunto mesmo entre aqueles que não entendiam de futebol. No Centro da cidade, a camisa alvinegra era comum e o espírito de entusiasmo e emoção eram visíveis.

Mesmo não podendo acompanhar o jogo no estádio aquele dia ( o salgado valor do ingresso não permitiu) me senti cativado pela torcida do clube e confesso que torci bastante pelo título do Operário.

Título esse que veio nesse domingo (04) e de forma inegável com duas vitórias maiúsculas e convincentes contra o Coxa. Título que fez Ponta Grossa se pintar de preto e branco e fez seus cidadãos ainda mais felizes e orgulhosos. Título que fez com que eu, um simples visitante da cidade, gostasse ainda mais dessa paixão chamada Futebol. Título que traz de volta a magia dos Estaduais.

Parabéns Operário pelo título de Campeão Paranaense de 2015

Cristina Esteche

Jornalista

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