22/08/2023

Opinião e o desnecessário padrão

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Por Janaína Carvalho (*)

Já que estamos falando em senso comum, que tal dar uma olhada para trás? Na época em que nada se podia achar, pensar, dizer, cantar, ouvir. Há muito pouco tempo, quase não se podia opinar, e os que refletiam a respeito de algo tratavam logo de entrar na lista de procurados pelo poder maior. O que não significava coisas muito boas.

Hoje, conseguimos refletir sobre tudo, opinar sobre muita coisa e de vez em quando, ainda, escrever isso por aí para que as outras pessoas vejam. Hoje, se nos deparamos com situações que nos desagradam, podemos, ao chegar em casa no final do dia, criar um blog e demonstrar nossa indignação por meio de um texto, que, em questão de segundos estará disponível para leitura de qualquer pessoa que também estiver conectada, em qualquer lugar. Esta, também conseguirá se expressar se quiser, concordando ou não, através dos “comentários” possibilitados pelos blogs.

Afinal, qual seria a vantagem desse poderio todo, senão a possibilidade de refletir sobre tudo o que acontece a nossa volta? Tudo o que lemos, tudo o que ocorre durante o nosso dia a dia, as questões que nos são impostas e cobradas. É possível não concordar, é possível falar a respeito, ouvir opiniões diversas, mudar de lado, de opinião e inflamar, se der vontade.

Tudo isso está ligado á formação de opinião, saber o que se quer, o que acha certo ou errado, o que pode ser justo ou não, o que pode melhorar, o que precisa mudar, o que se gosta ou não, nos leva a um amadurecimento pessoal e muitas vezes nos faz tornarmos críticos. O que é muito bom.

Hoje, já não sofremos privação de muitas coisas, podemos viver em função apenas de estarmos bem, podemos adaptar situações de forma que nos agradem. Há alguma liberdade em defender em voz alta uma opinião pessoal, fazer o que gostamos, ouvir o que gostamos, tudo em função de estarmos melhor.

A época das imposições acerca de maneira de se pensar acabou, ser crítico de algo é um papel que nós mesmos podemos ter, estamos livres para refletirmos sobre tudo, não precisamos mais de um pensamento padrão, um caminho padrão, um gosto padrão, uma música padrão, um sonho padrão.

 

Os que aceitam viver na mesmice acabam ficando para trás, evitando seu crescimento e amadurecimento, enquanto poderiam estar refletindo, enxergando problemas, se indignando, fazendo com que mais pessoas enxerguem e tentando mudar para melhor. Mas, o padrão é o paraíso dos acomodados, muitos de nós temos preguiça de discordar.

Quando pararmos de aceitar as coisas como são, os problemas como são, as dificuldades como são, a injustiça como ela é e todos os problemas que sabemos que existem, mas que não enfrentamos, tudo terá grandes chances de melhorar.

(*) Janaína Carvalho é acadêmica do 2o. ano de Jornalismo (Unicentro). Matéria postada originalmente no blog Gorpa Cul (professora Níncia Teixeira), parceira da RSN.

Cristina Esteche

Jornalista

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