22/08/2023


Cotidiano Cultura e Entretenimento Paraná

Orquestra Sanfônica de Pato Branco é finalista no Prêmio Brasil Criativo

O objetivo do prêmio é destacar quem valoriza a criatividade como matéria-prima para o desenvolvimento social, tecnológico e econômico sustentáveis

ORQUESTRA-SANFONICA

Orquestra Sanfônica (Foto: Marcel Almeida)

A Orquestra Sanfônica de Pato Branco é finalista da 4ª edição Prêmio Brasil Criativo. O Grupo concorre com o Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga e o Bando de Teatro Olodum na categoria Comunidades Criativas. O evento oficial de premiação ocorreu no Centro Cultural São Paulo (CCSP).

Idealizado pela World Creativity Organization (WCO), o prêmio tem a chancela do Ministério da Cultura como a premiação oficial da Economia Criativa no Brasil. Assim, o objetivo da iniciativa é destacar quem valoriza a criatividade como matéria-prima para o desenvolvimento social, tecnológico e econômico sustentáveis.

De acordo com o regente da Sanfônica, Diego Guerro, a notícia desse reconhecimento em nível nacional foi um grande incentivo para o grupo, que atua especialmente no Interior do Estado. “É um motor para que façamos mais coisas. Muito bom ver que estamos, por assim dizer, no caminho certo”.

Para ele, fazer música, arte e cultura no interior tende a ser um pouco mais difícil do que nos grandes centros. Isso porque há o processo de formação de plateia, dificuldade para dar visibilidade às ações e para promover propostas de forma contínua.

TRAJETÓRIA

O projeto da Orquestra Sanfônica de Pato Branco começou em julho de 2006 e teve como mentora Divina Scopel Martins. Ela teve a ideia de reunir os gaiteiros ou sanfoneiros da cidade, como são popularmente chamados os acordeonistas.

Naquela época, a proposta era simples: promover encontros entre os músicos e os apaixonados pela sanfona para tocar em ensaios aos finais de semana. Inicialmente participavam cerca de vinte pessoas. Contudo, de lá para cá, o grupo cresceu em tamanho e história, conquistando espaço.

Agora, 17 anos depois, mais de 100 músicos já passaram pela Orquestra Sanfônica de Pato Branco. Muitas pessoas que integraram o grupo acabaram se profissionalizando na música, outras têm a atividade como um hobby, uma paixão. Hoje há 15 integrantes fixos.

Conforme o regente Diego Guerro, o acordeon é bastante popular porque muitas vezes há uma história familiar envolvendo o instrumento: um pai, um avô, uma tia que toca ou tocava. Nesse contexto, um dos papéis da Orquestra Sanfônica é o de levar essas conexões afetivas adiante e conversar com a nostalgia que o instrumento e a música trazem para cada pessoa que escuta ou assiste a uma apresentação.

INTERNACIONAL

Em 2019, a Orquestra Sanfônica alcançou projeção internacional a partir de um convite para participação no Recanati Art Festival, na Itália. Na mesma viagem, os músicos tiveram passagem por outras cidades da Itália e também pela França.

Foi uma experiência transformadora para o grupo por vermos a receptividade que a música brasileira tem fora do país. Principalmente por tocarmos em uma Região considerada o berço da produção de acordeons no mundo.

Só a cidade de Castelfidardo, onde o grupo se apresentou, tem nada mais nada menos que 60 fábricas do instrumento musical. Ainda em 2019, o grupo tocou na Argentina, país que assim como Itália, França e Brasil tem forte presença do acordeon na música popular.

A Orquestra Sanfônica de Pato Branco já foi declarada de Utilidade Pública Municipal e Estadual. Além disso, o projeto foi contemplado em editais da Lei Aldir Blanc e conta com incentivo à cultura no âmbito federal. Participaram também do último edital do Profice nas categorias Música e Audiovisual.

REPERTÓRIO

O repertório da Orquestra tem músicas autorais e releituras, e mostra a versatilidade da sanfona. Além das músicas regionais brasileiras, normalmente associadas à sanfona, também tocam bossa nova, choro, tango, bem como milongas, chamamés. São dois discos gravados: “Releituras”, de 2014, e “Outro Sul”, de 2017.

Por fim, já está no radar do grupo o início das gravações de um terceiro álbum, “Orquestra Sanfônica de Pato Branco: 15 anos de história”, que promete ser completamente autoral, baseado em músicas regionais do Sul com “os pés no Paraná e os olhos para o mundo”, como define o regente.

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Antunes

Jornalista

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