22/08/2023
Agronegócio

´Os segredos fora da porteira´ lota anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava

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Em busca de análises sobre a tendência de preços para a próxima safra de soja e milho, 230 pessoas, entre produtores rurais, agrônomos, acadêmicos e empresários do setor, lotaram o anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava na noite desta segunda-feira, 05, para assistir ao Seminário “Os segredos fora da porteira”, com o consultor de commodities de Chicago, Pedro Dejneka.   

         O evento promovido pela Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), em parceria com sindicatos rurais, vai ocorrer em 10 municípios do Estado.

         As previsões apresentadas pelo consultor não foram muito otimistas para o produtor rural. Dejneka prevê que a tendência é de menores preços, com o custo se mantendo alto, ou seja, a margem de lucro para o agricultor brasileiro deve ser mais apertada.

         O seminário também teve a participação do assessor técnico da Faep, Nilson Hanke Camargo, que falou sobre logística e do coordenador do Departamento Técnico da Faep, economista Pedro Loyola, que falou sobre seguro rural.

       Perspectivas para a comercialização da safra 2013/2014   

Durante a palestra, Dejneka abordou, de forma muito didática, como funciona o mercado que envolve a comercialização de grãos, que como ele destaca, há muitos anos não é apenas agrícola, mas está inserido em uma dinâmica complexa do mercado financeiro.

         O consultor comentou que as análises sempre estão sujeitas a erros, mas que, na atual conjuntura, a perspectiva é de preços menores para a próxima safra. “O produtor deve ter muito cuidado e agir com cautela. É claro que toda análise sempre tem um cano de escape. Com tantos fatores influenciando o mercado, tudo pode mudar. Mas a tendência é de preços mais baixos, dólar alto, ou seja, uma margem bem menor para o produtor, pelo menos, no ano que vem”, afirma.

         Dejneka indica que o agricultor deve ter atenção para que comercialize na hora certa.  “Os preços devem continuar caindo, é claro, não em linha reta. Dessa forma, o produtor deve aproveitar os repiques para ir travando sua margem de lucro aos poucos”.

         O consultor explicou que apesar da alta demanda do mercado mundial por grãos, esse motivo, isoladamente, não é suficiente e não rege os preços que são afetados por muitos outros fatores complexos de macroeconomia. Além do bom tempo nos Estados Unidos que, até o momento, parece garantir a safra americana. “O mercado passa por ciclos e da mesma maneira que todos os produtores se beneficiaram nos últimos anos de preços altos e dólar em bom nível, vai chegar uma hora que podem passar por um, dois, ou três anos de dor. E se o agricultor não tem a disciplina para saber comercializar na hora certa e adquirir pelo menos uma margem mínima de lucro para a atividade, ele pode se machucar”, resume Dejneka.

Com assessoria/SRG

Cristina Esteche

Jornalista

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