Bruno Beckmann e Daniela Cristina de Andrade têm pontos em comum. Além da luta contra o câncer, do tratamento químico, das dores, fragilidade emocional, eles comungam da mesma avaliação. Conforme eles, o tratamento humanizado encontrado no Cancer Center, em Guarapuava, surge como diferencial no tratamento contra a doença.
Daniela, 41 anos, começou o tratamento de câncer de intestino há um ano e oito meses no Hospital São Vicente no Centro da cidade. Portanto, é com propriedade que ela fala sobre o tratamento recebido ao longo desse tempo. “O tratamento humanizado é a diferença que temos. A equipe nos acolhe, nos dá carinho, se preocupa se estamos sentindo dor”. Conforme Daniela, quando o paciente chega ao hospital, ele já está fragilizado. “Mas o carinho que recebemos nos conforta. A gente sai confiante. E isso faz a diferença. Por isso, o meu sentimento é de gratidão”.
Entretanto, se Daniela ainda luta contra o câncer, o aposentado Bruno Beckmann já é um vitorioso. “Eu já venci o linfoma. Agora venho ao hospital porque estou em observação”. De acordo com o paciente, ele foi o primeiro a fazer quimioterapia no novo hospital. “Desde o começo o que me chamou a atenção foi o tipo de atendimento. Aqui somos tratados como pessoas, que sentem dor, que choram, que riem. Isso pesa muito num tratamento. Eu acho que grande parte de ter vencido o câncer foi ter esse atendimento humanizado. Eu só tenho que agradecer a Deus, aos médicos, à equipe, pela minha cura. Fiz tudo pelo SUS”.
UM ANO DE ATENDIMENTO
O Cancer Center foi concebido aos poucos. De acordo com a ideia original a previsão era a ampliação do atendimento de quimioterapia do Hospital São Vicente. Entretanto, o projeto viabilizado pelo então deputado Cezar Silvestri, incluindo uma ala para radioterapia, tomou novo rumo.
Assim, o que nasceu no Centro como rascunho logo migrou para o bairro planejado a fim de ocupar mais espaço. Conforme o oncologista Leonardo Garrette, diretor técnico do Hospital e chefe do Setor de Oncologia, neste primeiro ano, 25 mil pacientes já foram atendidos. Destes, perto de seis mil com quimioterapia e hormonioterapia. Isso equivale a uma média mensal de 2,1 mil atendimentos.
O COMPLEXO
Localizado no bairro planejado “Cidade dos Lagos”, o Hospital do Cancer caminha para ser o maior complexo no tratamento da doença no Paraná. Assim sendo, o prédio abriga a ala de quimioterapia e o Instituto para a Pesquisa do Câncer (IPEC). Este, um dos maiores centros de pesquisa genômica do País.
Conforme o projeto, a ala de quimioterapia ocupa o térreo do edifício e a gestão é compartilhada com o Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba. A estrutura atende pacientes dos 20 municípios da 5ª Regional de Saúde. O que equivale a uma população de quase 500 mil habitantes.
E para atender a demanda, conta com seis leitos de observação, sala de emergência e cinco consultórios. As cabines de tratamento são individualizadas e contam com televisores. No primeiro andar ficam as instalações do Ipec. De acordo com o instituto, a missão é desenvolver pesquisa básica e aplicada voltada ao diagnóstico. Assim como ao prognóstico e tratamento do câncer. Além de doenças de base genética.
SEGUNDA FASE
A segunda etapa do Cancer Center prevê um hospital com seis pavimentos. Dessa forma há espaço para seis salas de cirurgia de alta complexidade, 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva e 80 leitos de internação. Por fim, a unidade terá, ainda, uma área de radioterapia com capacidade para atender 70 pessoas por dia.
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