22/08/2023
Geral

Paiol de Telha foi herança de ex-escravos

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Cristina Esteche, com foto de Terra de Direito

A história dos quilombolas da Invernada Paiol de Telha remonta séculos.  Em 1860, a fazendeira, dona Balbina Francisca de Siqueira deixou em testamento a antiga Fazenda Capão, em Guarapuava, para 11 ex-escravos como indenização por trabalhos prestados. Deste grupo de ex-escravos, apenas cinco constituíram família.

Durante quase 100 anos ali viveram seus descendentes até a década de 70, quando foi iniciado um processo de grilagem através de pistoleiros, coordenado pelo então delegado de polícia da Comarca. Os descendentes dos ex-escravos foram expulsos da terra, mediante coação policial. 

Com o tempo,  a partir da organização da Associação Eleodoro, em homenagem a um dos ex-escravos, parte das mais de 390 famílias quilombolas passaram a viver me barracos de lona preta às margens da rodovia PR 459, em frente à área, que está sob a posse da Cooperativa Agrária e de seus cooperados. Outra parte das famílias residem nas periferias de Guarapuava e Pinhão e algumas famílias dos herdeiros vivem atualmente em um Projeto de Assentamento do Instituo Nacional de Colonização e Refoirma Agrária (Incra), na Colônia Socorro, no distrito de Entre Rios.

O grupo tentava reaver suas terras através do processo de titulação de áreas remanescentes de quilombos.

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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