O papa Francisco reuniu-se hoje (24) com o seu “conselho de ministros” para deliberar sobre projetos concretos de reforma da Cúria, que poderá estar finalizado em fevereiro, revelaram fontes próximas do Vaticano. A reforma poderá acabar com vários conselhos pontifícios, fundindo-os em entidades maiores.
O objetivo do papa é racionalizar e modernizar uma administração que é muito dispendiosa. A reforma exigirá profunda reformulação para encontrar novas atribuições a cardeais e funcionários laicos, cujos postos de trabalho podem desaparecer.
Segundo o jornal francês La Croix, os “ministros receberam com antecedência um projeto do novo organograma, sobre o qual são chamados a opinar”.
O papa reúne-se somente duas ou três vezes por ano com os responsáveis pelas congregações, que são uma espécie de conselho de ministros.
Entre 9 e 11 de dezembro, o C-9, o conselho de nove cardeais dos cinco continentes que aconselham o papa independentemente da Cúria, vai se reunir para examinar suas conclusões, antecipando uma reunião-chave que ocorrerá em fevereiro, de acordo com fontes do Vaticano.
Segundo as mesmas fontes, a principal novidade da reforma será a criação de uma grande congregação para os laicos, fundindo vários serviços, que poderá ser assumida por uma mulher, por um laico ou por um casal, com o objetivo de dar mais espaço aos laicos e mulheres na direção da Igreja.
Outra fusão poderá ocorrer em todos os serviços que se ocupam com questões de justiça social: migrantes, saúde, organizações de caridade, justiça e paz.
Os conselhos de Cultura e de Educação Católica devem igualmente fundir-se, segundo o especialista em Vaticano Marco Tosatti.
O papa Francisco já procedeu grande reforma nos serviços econômicos e financeiros, que estão sob responsabilidade da Secretaria de Economia, dirigida pelo cardeal australiano George Pell.
Os serviços de comunicação (escritório de imprensa, rádio, televisão, comunicações sociais, jornal) – sob a direção do antigo governador britânico de Hong Kong, lord Cris Patten, nomeado em julho de 2014 – são atualmente objeto de auditoria que tem como objetivo uma reforma a ser conhecida em 2015.