22/08/2023
Política

Para cidadão, Câmara erra ao pressionar o Ministério Público

Da redação –  A matéria postada neste site nesta quarta-feira (28) de que o presidente da Câmara, Admir Strechar vai apresentar uma Moção de Apelo pedindo a liberação do Ginásio Municipal de Esportes Joaquim Prestes teve uma repercussão negativa.

O cidadão Robert Mariano Vortel encaminhou o seguinte comentário sobre a iniciativa tomada pelo peemedebista:

" A Câmara Municipal de Guarapuava, na pessoa do sr. presidente Ademir Strechar, dá uma demonstração de total irresponsabilidade ao encabeçar uma "Moção de Apelo" para que o ginásio Joaquinzão seja liberado, antes mesmo de conhecer o laudo do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA).

O laudo do CREA, que é uma instituição reconhecidamente responsável, é a garantia de que acidentes iguais ao do jogador Robson Rocha e de outros atletas não venham a se repetir.

O inquérito da Polícia Civil ainda não é do conhecimento da população, mas há fortes indicativos de negligência, de falta de manutenção do Ginásio Municipal de Esportes, assim como da aplicação de um piso inadequado, de madeira, que acabou gerando uma tragédia com repercussão internacional negativa, afetando ainda mais a já desgastada imagem do município de Guarapuava.

O que se esperava da Câmara Municipal e do seu presidente, Ademir Strechar, era uma posição literalmente inversa. Seria dever, até por consciência humana, que os vereadores cobrassem rigor e seriedade nas investigações e que a conclusão do inquérito tenha efetivamente um caráter corretivo, pois não resta a menor dúvida de que houve erros crassos que foram determinantes para a morte de uma pessoa. O Ministério Público de Guarapuava, neste tocante, está cumprindo um papel exemplar. A  promotora Bianca Malachine procedeu com exatidão ao se cercar de profissionais com o gabarito do CREA, os quais, por seu conhecimento técnico, sabem o tempo necessário para a perícia ser concluída. Registre-se que foi o CREA quem desaconselhou, por completo, a utilização de um piso sobressalente, que seria emprestado por uma empresa de fora, e que estava totalmente inadequado ("desgastado") para as competições. Não fosse a Promotoria e o CREA, a "pressa" do secretário municipal de Esportes, sr. Pablo Almeida, teria levado à colocação do piso "desgastado", visto que ele sequer se preocupou em fazer uma consulta técnica sobre o material (se o fizesse, não teria guardado o piso por tanto tempo, apenas aguardando o ginásio ser liberado pela polícia). As consequências dessa precipitação poderiam ser desastrosas.

A iniciativa da Câmara Municipal, através do vereador Ademir Strechar, ao pressinar o Ministério Público para a liberação do Joaquinzão, tira o foco de um sério problema que vivemos em nossa cidade: a falta de locais adequados para competições esportivas. A reforma do Joaquinzão, ocorrida em 2006, foi uma obra de conteúdo eminentemente político (era ano eleitoral).

Guarapuava é carente de ginásios e projetos esportivos, tanto que a representatividade do nome "Guarapuava", através da política de esportes da Prefeitura, está concentrada em torno do time de futsal Deportivo, que vem honrando esse trabalho, enquanto outros setores, como o futebol de campo, capengam com suas próprias pernas.

Um exemplo desta deficiência é que Pinhão, um município bem menor que Guarapuava, hoje está sendo destaque com jogos que repercutem em todo o Paraná. A Câmara Municipal de Guarapuava e seu presidente, Ademir Strechar, perderam a oportunidade de prestar um grande serviço à nossa comunidade. Como fiscalizadores e legisladores, deveriam propugnar pela Justiça e pela qualidade dos serviços prestados à população, e não se escudar no subterfúgio da "pressa" para justificar o improviso que se torna permanente."

Cristina Esteche

Jornalista

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