A partir desta quinta-feira (13), o governo brasileiro retira a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), sobre a ampliação de posição líquida vendida no mercado de câmbio. A medida foi tomada após a recente valorização do dólar perante o real, atingindo o equivalente a R$ 2,14 até esta quinta-feira (13). A medida do governo é para a flexibilização das regras de controle cambial.
A iniciativa do governo tem a ver com as dificuldades pelas quais o país atravessa como reflexo da crise internacional, principalmente a europeia, o que dificulta manter o fluxo do comércio como vinha sendo feito até então. Para o economista, jornalista e professor, Carlos Alberto Gomes, de Guarapuava, a situação é dúbia já que o governo não desvaloriza o dólar. “Essa desvalorização é do real em relação à moeda americana o que permite que os produtos brasileiros lá fora fiquem mais baratos fazendo com que sejam mais competitivos. Por outro lado, para quem importa produtos estrangeiros o preço fica mais alto”. Segundo o economista, essa situação fica complicada já que os produtores brasileiros precisam importar implementos e máquinas agrícolas. A roda viva cambial também afeta positiva ou negativamente a ida de brasileiros ao exterior, uma vez que, no caso atual, as viagens e a permanência em países americanos ficam mais caras.
O que o economista também observa e que é um dos principais fatores debatidos e que amedronta o brasileiro é que o câmbio tem uma ligação estreita com o processo inflacionário interno. “O governo cria mecanismos de controle interno, pois a inflação precisa ser controlada. É bom lembrar que as empresas que compram no exterior contribuem com a alta da inflação porque o preço do produto no mercado brasileiro será mais alto”. De acordo com Carlos Alberto Gomes, o que o governo brasileiro está fazendo é a tentativa de controlar a inflação aos níveis atuais. “O que é preocupante é que o índice já se aproxima dos dois dígitos e politicamente isso representa uma derrota para o governo. Por enquanto, a situação é estável”.
CENÁRIO ELEITORAL
A proximidade das eleições em 2014 e o desejo de reeleição da Presidente Dilma é um fator que coloca a economia do país no campo político eleitoral. “Se a situação se manter estável a Presidente Dilma sai fortalecida, caso contrário, se tornará um alvo muito fácil para a oposição, considerando que a população já dá sinais de insatisfação”. Mas existe ainda um ano para que o cenário seja definido, considerando que as convenções eleitorais acontecerão em julho do ano que vem.
Outra medida anunciada pelo governo foi o lançamento do crédito que beneficia beneficiários do Minha Casa Minha Vida. Trata-se do Morar Bem que prevê financiamentos de móveis e eletrodomésticos. “Socialmente é um programa formidável, no entanto, nota-se que é um programa eleitoreiro e que pode ser uma faca de dois gumes já que o fluxo de consumo pode ser inflacionário”.