Para ministro, suposta fraude foi erro de interpretação

Da Redação

Curitiba – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Blairo Maggi disse em Curitiba, nesta terça (21), que não tem como prever o tempo necessário para o Brasil recuperar a credibilidade junto ao mercado internacional de carnes. Para o ministro, essa é uma pergunta que vale 1 milhão de reais.

Maggi vistoriou um frigorífico da empresa JBS/Seara na Lapa, região metropolitana de Curitiba, onde ratificou que a suposta fraude divulgada pela Polícia Federal, para o Governo Federal, são erros de interpretação. Ele se referiu, principalmente, sobre o possível uso de papelão no processamento de carne moída da raça Angus. “No processo não usa papelão. Foi uma informação errada. Ouviram erradamente porque não conhecem os termos do dia a dia de uma planta dessa. É lamentável, mas aconteceu”.

O frigorífico vistoriado nesta segunda produz frango e exporta para a China. “Estamos no comando e no controle desta situação e não há risco nenhum para ninguém”, disse o ministro. Além de China e Chile que anunciaram na segunda feira (20), restrições à compra de carne brasileira, Hong Kong anunciou nesta terça (21) que suspendeu temporariamente a importação de carne brasileira. A decisão foi tomada pelo Centro de Segurança Alimentar (CSA) do Departamento de Higiene Alimentar e Ambiental por precaução. A medida vale para a importação de carne congelada e refrigerada e para carne de aves do Brasil. A Coreia do Sul já voltou atrás da decisão de restringir as importações.

Num tom ameno, Maggi deixou de lado as críticas contra a “Carne Fraca” e disse que Polícia Federal é parceira do Ministério para identificação e resolução do que chamou de problemas pontuais. Disse também que há novas denúncias envolvendo o setor de carnes.

Porém, durante entrevista coletiva, o ministro tranquilizou os consumidores e disse que a carne brasileira é de qualidade. “A população brasileira precisa ter certeza de que está comendo carne de qualidade. Lamentamos profundamente o desvio de conduta. Mas estamos consumindo produto de qualidade. Essa ideia que o consumidor está sendo desrespeitado não existe, não existe a história do papelão”. 

A PF tem até esta terça para apresentar os laudos técnicos embasaram a Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta (17). Nas próximas três semanas, Maggi vai percorrer os 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca.