O dia 8 de março, ou simplesmente 8M, ainda tem uma grande importância para as mulheres (e até para alguns homens) na luta pela equidade. Nesta data, desde 1975, lembra-se o Dia Internacional das Mulheres. Contudo, esse dia ainda está longe de ser de comemoração. Isso porque, os dados mostram que estamos longe de alcançar a equidade entre os gêneros.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, calcula-se que ainda vai demorar 135 anos para equilibrar a participação de homens e mulheres na economia, na política e na educação. Antes da pandemia, a estimativa tinha chegado a 99 anos. Ou seja, o número aumentou.
Quando falamos em economia do cuidado, conforme o Lab ThinkOlga, no Brasil, 48% das mulheres perdem o emprego quando retornam da licença maternidade. Além disso, apesar de representar o equivalente a 11% do PIB nacional, o trabalho fundamental de cuidado exercido por mulheres e meninas ainda é um dos maiores agravantes da desigualdade de gênero.
O 8M ainda é importante porque homens brancos chegam a ganhar 159% a mais do que mulheres negras com ensino superior, exercendo a mesma função. Ademais, mulheres exercem dupla jornada, ao exercerem o trabalho dentro e fora de casa e, mesmo assim, recebem menos do que os parceiros.
Também é preciso lembrar que quatro mulheres são assassinadas todos os dias no Brasil só por serem mulheres. Dois terços delas são mulheres pretas. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, o Brasil registrou recorde de feminicídios, com um aumento de 3,2% só no primeiro semestre, em relação ao ano anterior.
ORIGEM DA DATA
A data específica para lembrar o dia da mulher não foi decidida por causa de um único momento. Mas, sim, por uma sucessão de acontecimentos que determinaram o 8 de março. Um deles ocorreu em 8 de março de 1917. Nesse dia, mulheres tecelãs entraram em greve na Rússia com a colaboração de homens do setor de metalurgia, paralisando mais de 90 mil pessoas, acarretando o início da Revolução Russa.
Por isso, essa data acabou marcada como dia de luta de mulheres por melhores condições de vida. Antes disso, Clara Zetkin, do Partido Comunista Alemão, durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, já havia proposto que as mulheres escolhessem um dia para lutar pelos direitos.
Dessa forma, em 1960, essa data já marcava um dia luta das mulheres. Contudo, a oficialização pela Organização das Nações Unidas (ONU) só ocorreu em 1975. Além disso, também foi considerado pela organização como o Ano Internacional das Mulheres.
Por isso, é importante repetir sempre: o 8M é uma data política que lembra a luta das mulheres por direitos básicos. É importante relembrar as conquistas, mas, mais do que isso, é indispensável lembrar as lutas que ainda precisam acontecer para ampliar os direitos das mulheres.
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