A jovem guarapuavana Nathally de Lima Santos tem apenas 19 anos, mas desde sua infância encontrou seu lugar e seu propósito de ações no mundo ao realizar trabalhos voluntários. Ainda quando criança ingressou no clube Aventureiros e Desbravadores, em sua terra natal. Este ano, decidiu trancar a graduação em Química na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), que cursava desde 2016, e mudar-se para a capital. Desde fevereiro, ela participa do projeto “Um Ano em Missão”, realizando ações comunitárias em Curitiba. Agora, pretende alçar voos maiores e dedicar-se ao trabalho voluntário no exterior, mais especificamente, no Líbano. Para isso, está realizando um financiamento coletivo.
A decisão de deixar seu país e mudar-se para a região da Ásia Ocidental, integrando as ações do projeto “Send Me Líbano” ocorreu, segundo Nathally, enquanto participava de um treinamento. Embora as condições atuais de seu país de destino sejam preocupantes, a jovem considera justamente este cenário seu principal motivador para a missão.
“Estou ciente de que lá não é um lugar tão seguro para estar e sinto no meu coração que é o momento ideal para eu ir, justamente por conta da necessidade das pessoas que vemos nos jornais todos os dias. Imagino se acontecesse comigo o que acontece com aquelas crianças diariamente, se eu perdesse minha mãe soterrada ou bombardeada devido a maldade humana. Se eu tivesse que fugir do meu país por conta de uma guerra”.
Os números de mortos e de atingidos de alguma maneira pela guerra na Síria (país vizinho ao Líbano) não são desconhecidos pela jovem. Muito pelo contrário, são motivos de ponderação sobre suas próprias compreensões sociais.
“Fico refletindo todos os dias nos dados da guerra da Síria, ao menos 400 mil pessoas morreram em decorrência da guerra, 11 milhões tiveram que fugir de suas casas, 5 milhões estão em situação de refúgio, 1,5 milhão de pessoas estão refugiadas no Líbano, 6 milhões de crianças já foram afetadas pelo conflito e 4 milhões delas estão fora da escola. Pensando nisso, chego à conclusão de que eu tenho tudo, mesmo com as condições e corrupção que vivemos, tenho paz, tenho esperança”.
Segundo Nathally, no território libanês, as ações de seu trabalho voluntário devem atender crianças refugiadas sírias, abrigadas em uma escola. A guarapuavana irá trabalhar também na reforma do prédio escolar, tendo em vista as destruições físicas do local causadas pela guerra. Diferentemente do projeto que participa em Curitiba atualmente, para ir para o Líbano, Nathally terá que arcar com algumas despesas.
“Precisamos pagar a passagem e alguns custos com a alimentação. Escrevo ‘precisamos’ porque não vou sozinha, junto comigo irão mais três amigos que conheci aqui em Curitiba no Um Ano em Missão. Cada um de nós terá o gasto de aproximadamente 7 mil reais. Não temos condições de pagar esse valor, por esse motivo estamos pedindo ajuda tanto financeira, como a divulgação de cada um”.
A contribuição com o projeto de trabalho voluntário de Nathally pode ser feita por depósito ou transferência bancária para a conta pessoal da jovem, até dia 15 de junho.
“Acredito que essa pode ser a única oportunidade real das pessoas poderem ajudar uma criança refugiada da guerra da Síria, que perderam seus pais e família”, declarou a jovem.
Para colaborar, doações de qualquer valor podem ser direcionadas para a conta:
Titular: Nathally de Lima Santos
Banco do Brasil
Agência: 299-2
Conta Corrente: 84058-0
PROJETO NA CAPITAL
Em Curitiba, Nathally participa, desde fevereiro, de um projeto chamado “Um Ano em Missão”, que conheceu por meio da Igreja Adventista do Sétimo Dia. De acordo com a jovem, a decisão de trancar a universidade, deixar os amigos e a família não foi uma decisão fácil, mas estava ciente de que queria ter essa experiência nova em sua vida.
Na capital, Nathally integra um grupo de 12 voluntários, com média de 20 anos de idade cada. Eles atuam no bairro Abranches, vila Santa Terezinha, onde atendem a comunidade por meio da oferta de mais de 15 cursos gratuitos como aula de violão, inglês, escola de futebol, reforço escolar, aulas preparatórias para o Enem, coral infantil, técnica vocal para adolescentes e adultos, assistência jurídica, aulas de culinária, ginástica entre outros.
Outra forma de atuação do projeto na comunidade é por meio da doação de alimentos, doação de sangue, roupas e brinquedos, visitas às famílias, cortes de gramas, limpezas de casas e hortas.
Neste projeto, todas as despesas que os voluntários possuem com alimentação, aluguel e produtos de higiene são patrocinadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, juntamente com a TV Novo Tempo.