22/08/2023
Política

Para Silvestri, gripe tem que mudar de nome e ministro da saúde deve esclarecer a população

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Brasilia – Durante a audiência pública das comissões de Defesa do Consumidor; de Agricultura e de Seguridade Social realizada na terça-feira, para discutir meios de evitar a entrada do vírus da Influenza A no Brasil, parlamentares e técnicos do governo fizeram um apelo para que a doença não seja mais chamada de “gripe suína”, já que, segundo eles, não existe relação direta com porcos.
De acordo com o deputado Federal Cezar Silvestri (PPS-PR), um dos proponentes da audiência pública, o fato de denominar a Influenza A de Gripe Suína está prejudicando a suinocultura brasileira. “Não existe indícios de animais infectados e isso tem prejudicado a suinocultura no mundo inteiro”, comentou destacando que, “um setor importante do agronegócio está sendo prejudicado sem ter culpa de absolutamente nada”.
Os parlamentares pediram, em nome dos produtores e exportadores de carne de porco, que o nome seja retirado das notas taquigráficas dos debates da audiência e passe a ser usado – Influenza A ou Gripe A, como recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
De acordo com o secretario de Produção Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Inácio Afonso Kroetz, houve um freio na produção, mas sem justificativa nenhuma. Para ele, “a situação pode ser resolvida com um melhor esclarecimento da população”.
Nesse sentido, Silvestri defendeu que o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, faça pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para esclarecer a população. “Como a doença foi elevada para nível 5 no plano de contingenciamento de epidemias, há necessidade do pronunciamento do ministro da saúde em cadeia nacional informando a população sobre doença; o que está sendo feito e também sobre esse equivoco na denominação”.
Hoje, não há evidência da presença do vírus no país, apesar de existirem 26 casos suspeitos. Entre as medidas preventivas intensificadas detalhadas durante a reunião está o reforço da vigilância sanitária em portos, aeroportos e estradas em regiões de fronteira. O diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), José Agenor Álvares, afirmou também que o estoque de medicamentos é suficiente e que não há motivo para pânico.
No entanto, Silvestri demonstrou preocupação. “Há informações desencontradas. Primeiro foi nos dito que o ministério da saúde tinha nove milhões de doses de um único antiviral, e na verdade agora fomos informados que o governo importou, em 2005, essas doses mas que hoje só existem estocados 12.500 medicamentos para o tratamento da gripe em adultos e crianças. Questionei se há necessidade de o ministério importar ou produzir um número maior de doses”, ressaltou.
Silvestri lamentou a ausência do Ministro da Saúde na audiência realizada na Câmara. “Coloquei meu voto de repudio pela ausência do ministro, uma vez que ele podia ter dado satisfação da sua falta, no entanto, não deu nenhuma justificativa formal. Considerei uma falta de consideração com as comissões”, opinou.
Mesmo assim o parlamentar considerou o encontro produtivo. “Deu para saber as ações que estão sendo feita pelos ministérios e também as formas que o parlamento pode colaborar, principalmente no sentido de agilizar tramites burocráticos e de destinação de verbas”, concluiu.

Cristina Esteche

Jornalista

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