O Paraná foi o Estado que mais captou financiamentos do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no ano passado, segundo balanço da instituição. Em 2013, foram efetivados empréstimos de R$ 1,5 bilhão, em contratos formalizados com 2.798 empreendedores de 349 dos 399 municípios paranaenses.
Os financiamentos para o Estado representam 40,5% dos R$ 3,7 bilhões contratados pelo banco no ano passado. As operações de crédito atenderam empresários de todos os portes, cooperativas agroindustriais e produtores rurais e viabilizaram investimentos de R$ 2,2 bilhões no Paraná. Em Santa Catarina, o volume contratado chegou a R$ 1,2 bilhão e no Rio Grande do Sul a R$ 1 bilhão.
No total, as contratações do BRDE cresceram 28% em 2013, comparadas ao ano anterior. Foram formalizadas 8.108 novas operações de crédito. As aprovações chegaram a R$ 4,49 bilhões, um incremento de 16,2%. As liberações de recursos, por sua vez, totalizaram R$ 2,98 bilhões, com variação de 57,8% em relação ao ano anterior.
Com este resultado, o banco alcançou um lucro líquido de R$ 154,2 milhões no ano passado. O valor é 84,8% superior ao registrado no ano anterior e representa o maior lucro de toda a história do banco – instituição financeira pública de fomento, controlada pelos governos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, fundado em 15 de junho de 1961.
O governador Beto Richa definiu o resultado da instituição como “extraordinário”, e ressaltou que nos últimos anos a agência paranaense do Banco alcançou os melhores níveis em volume de repasses feitos a empreendedores.
"O extraordinário desempenho do BRDE em 2013 é reflexo de vários fatores. Mas, dois deles precisam ser ressaltados: a excelência da gestão e a performance da economia dos estados da Região Sul, que ficou bem acima da média nacional”, afirmou Richa.
O governador disse ainda que o Paraná deu uma grande contribuição para que o crescimento da região, que ficou acima da média do País, graças a uma política inovadora para a atração de investimentos e aos mecanismos de fomento como o BRDE. “O banco continuará cumprindo sua missão de agente do desenvolvimento, estimulando novos negócios, atraindo empresas e gerando novos empregos", ressaltou o governador.
A distribuição de financiamentos entre os setores produtivos ficou dividida em: 36,2% para as atividades desenvolvidas no campo (agricultura, pecuária, floresta); 30,8% com o ramo industrial; 20% para projetos de investimento no comércio e serviços; e 13% destinados à infraestrutura.
O diretor-presidente do BRDE, Jorge Gomes Rosa Filho, o Banco vem cumprindo o que está estabelecido como sua missão, que é a de promover e liderar ações de fomento ao desenvolvimento econômico e social da região Sul, apoiando as iniciativas governamentais e privadas. “Os resultados do trabalho executado por nossa equipe aparecem, estão aí para todos verem. A economia do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul está fortalecida e o trabalho do BRDE garante que ela seguirá avançando”, afirma o presidente.
REGIÃO SUL
As operações do BRDE em 2013 viabilizaram, e ainda induzirão, investimentos totais de R$ 6 bilhões na Região Sul, com importantes impactos socioeconômicos. Foram criados ou mantidos 68.995 empregos, com acréscimo de receita de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos estados de R$ 426,9 milhões. No Paraná o incremento do imposto chega a R$ 108,7 milhões e o número de empregos em 25,9 mil.
Seguindo a política de preservar postos de trabalho e favorecer a melhora da renda, o BRDE firmou contratos de reestruturação de dívidas da ordem de R$ 285,8 milhões, num total de 274 operações, permitindo, com isso, a manutenção do funcionamento de várias empresas.
CARTEIRA
O Banco encerrou o ano de 2013 com 32 mil clientes ativos, cujos empreendimentos financiados estão localizados em 1.056 municípios – ou 88,7% das cidades da região Sul.
A vocação para o atendimento às micro, pequenas e médias empresas, e aos mini e pequenos proprietários rurais é atestada pela carteira de financiamentos, composta por 39.483 operações ativas de crédito de longo prazo, com saldo médio de R$ 236,5 mil.
Em 2013, o Banco alcançou o seu menor índice de inadimplência desde 2009, fechando em 1,92%. Este patamar representa uma diferença de 64,6% a menos que a totalidade do índice do Sistema Financeiro Nacional, que apontou 2,97% para o mesmo período. O índice dos pagadores com dificuldades de saldar suas dívidas deste período foi o mais baixo dos últimos cinco anos.
BNDES
Entre as 81 instituições financeiras credenciadas a operar com recursos do Sistema BNDES, o BRDE ocupou no ano passado a nona colocação em todo o Brasil.
Em termos de desembolsos totais, o banco regional conquistou o primeiro posto no que se refere aos programas agrícolas do governo federal e o quinto lugar no programa BNDES Automático. Analisando apenas os estados onde o BRDE atua, a instituição foi o terceiro principal repassador de recursos.
AGRONEGÓCIO
O BRDE tem alinhado sua atuação com as políticas de desenvolvimento dos estados controladores. No Paraná, a instituição mantém importante parceria com agronegócio, com destaque para o apoio ao cooperativismo, tanto no financiamento direto como no apoio aos pequenos produtores.
O banco também se destaca com instrumento de apoio ao Programa Paraná Competitivo, que em três anos já atraiu investimentos de R$ 30 bilhões, com criação de 180 mil empregos.
Em Santa Catarina, participou ativamente da criação do Programa de Apoio a Projetos de Investimentos de Segmentos Produtivos Estratégicos, que possibilitou a instalação na cidade de Araquari da montadora de automóveis de origem alemã BMW.
No Rio Grande do Sul, o Banco vem atuando em consonância com a política industrial do Estado e também atua na execução do Programa Mais Água, Mais Renda, com financiamento a projetos de irrigação, e se destaca no apoio a projetos de energia eólica.
CARTÃO BNDES
Em 2013, o BRDE implantou o cartão BNDES, que torna mais ágeis as operações de crédito realizadas por empresas de menor porte, combinado a prazos e taxas atrativas.
A banco também instituiu o programa Inovacred da Finep para financiar micro, pequenas e médias empresas em seus projetos de inovação.
O BRDE foi a primeira instituição financeira de desenvolvimento do País a implementar os dois produtos. A partir da nova parceria com a Finep, o banco criou o Programa de Fomento à Inovação, chamado de “BRDE Inova”, para fortalecer a atuação no segmento de inovação no ambiente produtivo.
CAPITALIZAÇÃO
Foi aprovada pelos governadores dos Estados do Sul, e já formalizada em resolução do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), o processo de capitalização do BRDE por parte dos estados controladores, aumentando o capital social da instituição para R$ 685,3 milhões.
A capitalização se dará mediante a incorporação de R$ 200 milhões de reservas do Rio Grande do Sul e do aporte de R$ 400 milhões de recursos novos, oriundos de financiamentos obtidos pelos estados de Santa Catarina e do Paraná junto ao BNDES.
O aumento de capital permitirá ao BRDE alavancar cerca de R$ 3,6 bilhões em novas operações de crédito ao investimento produtivo, possibilitando a continuidade do crescimento dos contratos de financiamento firmados pelo Banco, tendo em vista a expansão econômica da Região Sul.
Além disso, o aporte permitirá a adequação do BRDE às novas normas do Banco Central, que exigem maior rigidez em relação ao uso de reservas para formação do patrimônio de referência utilizado no cálculo do Índice de Basileia.