Dentre os 19 estados monitorados pelo Monitor de Secas, o Paraná tem a situação mais crítica. Por conta da crise hídrica no Estado, ele passou a integrar ao sistema, instituído pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Formalizado em julho deste ano, o programa faz o acompanhamento regular e sistemático da escassez hídrica no país.
Desse modo, a plataforma apresenta a condição da seca ocorrida no mês anterior e contribuí para as políticas públicas de enfrentamento em cada Estado. De acordo com a Agência Estadual de Notícias, a ANA produz todo mês um mapa, em escala regional, classificando a seca nas zonas monitoradas em seis categorias. Dessa maneira, classificando conforme o grau de severidade: ausente, fraca, moderada, grave, extrema e excepcional.
Essa classificação adota o conceito de seca relativa, que considera o regime de chuvas característico do local. Além disso, também indica se a seca é de curta, média ou longa duração. De acordo com o o diretor-presidente do Simepar, Eduardo Alvim Leite, a iniciativa é um avanço para o Paraná. “Essa iniciativa compartilhada em âmbito nacional constitui um avanço para o monitoramento. E também para a gestão desse tipo de desastre ambiental no Paraná e no país, por sistematizar e integrar os dados da seca no território”.
ESTRUTURA
O Monitor de Secas é composto por instituições federais e estaduais com atuação nas áreas de previsão, monitoramento, pesquisa e resposta aos eventos de seca. Dessa maneira, a rede é composta pela instituição central – a ANA -, as autoras, validadoras, observadoras e provedoras de informação, operando de forma interativa e cooperativa.
Conforme o chefe do setor de Hidrometria do IAT, Paulo Eduardo Cavichiolo Franco, a metodologia consiste em coleta de dados e cálculo dos indicadores de seca. Além disso, o traçado dos rascunhos do mapa e validação.
“Como instituições validadoras, o IAT e o Simepar avaliam os rascunhos relativos ao Paraná feitos pelas autoras ANA e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), propondo eventuais ajustes, com base em dados de chuva e nível dos rios, abastecimento público (rodízio), perdas de safra agrícola, distribuição espacial e temporal das chuvas”.
Uma vez consolidada, a versão final do mapa é divulgada na pelo site. Além disso, é possível baixar o aplicativo na Apple Store e Google Play.
TECNOLOGIA
O engenheiro hidrólogo e pesquisador do Simepar, Arlan Scortegagna, destaca a tecnologia de ponta e a expertise do órgão como ativos determinantes para produzir uma boa avaliação qualitativa dos estados da seca que leve em conta as particularidades do Paraná.
“No processo de validação, são utilizadas informações consolidadas de monitoramento hidrometeorológico provenientes das medições pluviométricas e fluviométricas nos principais rios paranaenses, bem como dados obtidos de radares e de uma constelação de satélites”.
CENÁRIO ATUAL
Lançado no mapa em 18 de setembro, o Paraná apresenta a situação mais crítica dentre as 19 unidades da Federação monitoradas. Do mesmo modo, todo o território paranaense está sendo atingido, com os maiores percentuais de seca grave (61,14%) e extrema (8,60%).
Conforme Scortegagna, esta é a pior seca observada na Região do Alto Iguaçu desde que começou o monitoramento em 1931 em União da Vitória. “As ocorrências mais expressivas foram registradas em 1963, 1985-86 e 2006”.
Por estar localizada na cabeceira da Bacia do Rio Iguaçu, a Região de Curitiba é muito dependente da água dos reservatórios Passaúna, Iraí, Piraquara I e II. Devido aos baixos volumes disponíveis para abastecimento, o Simepar e o IAT propuseram aumentar o grau de severidade da classificação de grave para extrema. Já na faixa central do Estado – que vai do Oeste até o Litoral – a situação é classificada como grave. No extremo Norte, no Sul e no Sudoeste, a seca relativa é moderada.
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