22/08/2023
Saúde

Paraná é referência no monitoramento da gripe de acordo com OMS

A coordenadora do Programa Global de Influenza [vírus da gripe] da Organização Mundial da Saúde, Wenqing Zhang, afirmou que o Paraná é considerado referência no monitoramento da gripe e outras doenças respiratórias. Ela se reuniu com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, quinta-feira (17), para conhecer o trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado no enfrentamento da gripe.

Wenqing disse que o Paraná tem capacidade técnica para avançar ainda mais, trazendo benefícios para a área da vigilância. “Percebemos que o Estado pode ampliar seu trabalho na área da pesquisa, estudando a efetividade da vacina contra a gripe e o comportamento dos vírus circulantes. São informações que poderão ser utilizadas no futuro para melhorar o controle da doença em todo o mundo”, explicou.

Caputo Neto afirma que o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde mostra que o Paraná está no caminho certo, o que serve de motivação para que as ações sejam intensificadas. “Nosso objetivo é claro, conter surtos e evitar mortes. Para isso, investimos forte em estrutura, equipamentos e, principalmente, capacitação profissional”, disse o secretário. 

A missão da Organização Mundial da Saúde veio ao Brasil para conhecer o sistema de monitoramento do Influenza. A virologista e especialista em Influenza da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), Marilda Siqueira, disse que a visita técnica ao Paraná foi recomendada pelo secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, por conta do protagonismo paranaense na área de controle da gripe.

LACEN

O bom desempenho se deve, em grande parte, ao trabalho desenvolvido pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) e pelas 53 unidades sentinelas espalhadas pelo Paraná. Essas estruturas compõem a rede paranaense de coleta, processamento e análise das amostras de pacientes com suspeita de síndrome respiratória. O estado de São Paulo possui apenas 15 unidades sentinela, o Rio Grande do Sul, cinco, e Santa Catarina, apenas uma.

O secretário explicou que neste ano o Governo do Estado criou o programa VigiaSUS para fortalecer a área de vigilância em saúde dos municípios. Somente em 2013, o VigiaSUS destinou mais de R$ 30 milhões aos municípios paranaenses. Este é o maior valor já destinado para a qualificação da área de vigilância em saúde na história do Paraná

MÉTODO

A metodologia do Lacen-PR permite a identificação de mais 26 tipos de vírus causadores de problemas respiratórios. Com esses dados, o Estado tem informações fidedignas sobre a circulação viral e sobre o perfil dos pacientes mais atingidos por doenças como a gripe.

De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, nos últimos dois anos e meio, o Lacen-PR passa por grande transformação. “A unidade de São José dos Pinhais está sendo ampliada e recebeu novos modernos equipamentos. Além disso, as unidades de Curitiba e Foz do Iguaçu também estão recebendo investimentos, sobretudo em estrutura e aparelhagem”, disse.

Outro ponto que refletiu no sucesso do sistema de monitoramento desenvolvido no Paraná é a implantação de uma nova metodologia de análises, baseada em estudos realizados no Center for disease control and prevention (Centro de controle e prevenção de doenças), de Atlanta (EUA).

QUALIDADE

Em dezembro de 2012, o Ministério da Saúde elevou para o nível máximo a classificação do Lacen-PR em relação qualidade e biossegurança. A nova classificação atesta o alto grau de confiabilidade dos resultados das amostras, além de demonstrar a segurança que é garantida aos profissionais que atuam no laboratório.

Cristina Esteche

Jornalista

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